quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Consumo consciente - consumo sustentável CURSO DE FORMAÇÃO ECOLÓGICA















CONSUMO CONSCIENTE

Infiltração na parede, luzes acesas na casa inteira, torneira pingando, vaso sanitário vazando, frutas e legumes apodrecendo... Você vai ao supermercado para comprar 2 itens e volta com 30 a mais, e cada um numa embalagem diferente que depois vão todas parar no lixo...Escova o dente, lava a louça, toma banho com a torneira ou chuveiro o tempo todo abertos... Essas situações são familiares a você? Então multiplique isto por milhões de pessoas, 365 dias do ano, e você terá a dimensão do nível de desperdício de água, eletricidade, alimentos e outros recursos naturais que ocorre no mundo inteiro e provoca, direta ou indiretamente, um impacto negativo no meio ambiente.

Agora me diga uma coisa: quando você vê televisão, sente-se atraído por itens de anúncios que ficam martelando na sua cabeça e só desaparecem depois que você os adquiriu..... Sente-se vazio e infeliz porque não possui o último modelo de celular lançado pela mídia, ou o carro do ano mais cobiçado pelo seu grupo de amigos, ou aquela marca de tênis, mochila ou sandália bombardeada maciçamente pelos meios de comunicação? E às vezes você compra não apenas um, mas dois ou três itens seja lá do que for porque não conseguiu decidir-se pela cor, modelo, tamanho, etc... Se você se identifica com alguma dessas questões, então...Atenção.... Você pode estar contaminado pelo vírus do consumo, que gera uma doença terrível e muito comum no atual mundo globalizado: a compulsão.

Mas ainda tem mais: Você conhece as empresas que produzem os produtos que você consome? Sabe se elas respeitam as leis ambientais do país, se não perderam ações na justiça pelo uso de trabalho escravo ou infantil, se são corretas com seus funcionários e se desenvolvem projetos de ação e responsabilidade social?

Todas estas questões são importantes de se ter em mente hoje em dia, antes de pensarmos em consumir algo, pois o consumo atual é o maior e mais danoso problema ecológico da atualidade. E a questão da cidadania no século XXI passa pela discussão do consumismo. Somos uma família de 6 bilhões de habitantes, partilhando um futuro comum.

O relatório Planeta Vivo 2004, da organização americana WWF, diz que consumimos 20% a mais do que o planeta consegue renovar. E se nada for feito para mudar o padrão de consumo global, será necessário mais meio planeta Terra de recursos naturais para suprir este consumo, mas se todos os povos do planeta passarem a consumir como os americanos e europeus, serão necessários mais 4,5 planetas Terra. Ou seja, já não temos recursos naturais atualmente para alimentar este padrão de consumo. É preciso, então, mudarmos imediatamente a maneira como nos comportamos enquanto consumidores. E acredite, não nos comportamos muito bem, pois não apenas consumimos muito, como também desperdiçamos muito!

Os Números do Desperdício

O Brasil desperdiça 14 milhões de toneladas de alimentos por ano, enquanto 44 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. 44% de tudo o que é plantado se perde desde a colheita até a distribuição e a comercialização. A cada ano, o Brasil joga fora R$ 12 bilhões de reais com o desperdício de alimentos. Com isto, 8 milhões de famílias, ou 30 milhões de pessoas poderiam ser alimentadas com cestas básicas no valor de um salário mínimo. Uma casa brasileira desperdiça, em média, 20% dos alimentos que compra semanalmente. Isto representa uma perda de 1 bilhão de dólares por ano, ou o suficiente para alimentar 500 mil famílias. Se uma família desperdiça 350 grs de alimentos por dia, em um mês acaba jogando fora pouco mais de 10 kg de comida, quantidade suficiente para fornecer uma refeição para 30 pessoas...E tudo vai para no lixo.

Os 5 R´s do Cidadão Consciente para Combater o Desperdício

Reduzir o consumo e, conseqüentemente, o lixo produzido;
Reaproveitar embalagens e recipientes sempre que for possível;
Reciclar utensílios e materiais que ganham cara e uso novos;
Respeitar o ambiente em que vive, freqüenta e usa;
Responsabilizar-se pelo lixo produzido, recolhendo-o e descartando-o sempre de forma ambientalmente correta são 5 práticas ecológicas necessárias hoje em dia. Faz bem a todo mundo.

Um consumidor consciente sabe bem o que quer, tem autonomia de pensamentos, não se deixa levar pela cabeça dos outros e nem pelas seduções do mundo moderno, não desperdiça alimentos, não compra mais do que de fato precisa, usa racionalmente a água e a luz e não apenas consome, mas também busca soluções criativas para dar conta do lixo que produz, responsabilizando-se pelo meio ambiente em que vive. Sabe que sua felicidade não está naquilo que tem, nem que seu vazio afetivo pode ser preenchido com a posse de bens materiais. Escolhe consumir preferencialmente produtos que não sejam agressivos ao meio ambiente e/ou a saúde humana, preferindo empresas de credibilidade comprovada, socialmente justas e ambientalmente corretas.
Agora é Com Você

Programe as compras semanais, pois isso permitirá a aquisição apenas do essencial para a alimentação da família, evitando a perda de alimentos que se estragam ou ficam com a data de validade vencida;
Ponha no prato apenas aquilo que realmente você tem certeza de que vai comer;
Se sobrar algum alimento do almoço, recicle: bem temperadas as sobras podem se transformar em ótimos bolinhos, sopas, risotos e outros pratos novos e criativos;
Não jogue fora talos e folhas: são ingredientes preciosos para acrescentar às saladas, sopas e recheios de tortas;
Compre apenas aquilo que for necessário, evitando os supérfluos excessivos e de última hora;
Informe-se sobre as empresas que produzem os produtos que você mais consome. Procure saber que tipo de postura ela adota com relação ao meio ambiente e com seus trabalhadores, se respeita a legislação ambiental do seu país e se ela desenvolve algum projeto de ação e responsabilidade social; Há inúmeras empresas poluidoras que só se mantêm no mercado porque seus consumidores continuam à comprar seus produtos apesar das irregularidades e ilegalidades.
Ao ir às compras, evite a compulsão de levar vários itens de um mesmo produto;
Antes de adquirir um aparelho eletroeletrônico, procure saber quais marcas economizam mais energia;
Para reeducar o impulso e combater a compulsão adote o seguinte método: Quando vir algo numa loja, supermercado ou num site de compras, não o compre no mesmo dia. Vá embora e pense sobre o assunto. Questione seu desejo de consumo. Será que você realmente quer ou precisa daquilo? Pense nisso primeiro por 3 dias. Se após este tempo você ainda quiser comprar este produto, faça-o então, e seja feliz.


Tempo de Degradação dos Materiais













Resíduo Tempo
ÓLEO DE FRITURA RESIDUAL - INDETERMINADO
Jornais - de 2 a 6 semanas
Embalagens de papel - de 1 a 4 meses
Guardanapos de papel - 3 meses
Pontas de cigarro - 2 anos
Palito de fósforo - 2 anos
Chiclete - 5 anos
Cascas de frutas - 3 meses
Nylon - de 30 a 40 anos
Copinhos de plástico de - 200 a 450 anos
Latas de alumínio - de 100 a 500 anos
Tampinhas de garrafa - de 100 a 500 anos
Pilhas e baterias - de 100 a 500 anos
Garrafas de plástico - mais de 500 anos
Pano - de 6 a 12 meses
Vidro - indeterminado
Madeira pintada - 13 anos
Fralda descartável - 600 anos
Pneus - indeterminado

Fonte: Grippi 2001, Lixo 2003.


COLETA SELETIVA NAS ESCOLAS
















Projeto de Lei da deputada Vanessa Damo (PV) que torna as escolas estaduais postos de coleta seletiva de resíduos recicláveis foi aprovado pela Assembléia Legislativa de São Paulo. Agora, aguarda sanção do governador do Estado

O Estado de São Paulo pode ganhar, nos próximos meses, seu primeiro programa de coleta seletiva em escolas da rede estadual de ensino. O Projeto de Lei nº 759 " Programa de Reciclagem Ambiental Participativa (Perap) ", de autoria da deputada Vanessa Damo (PV), foi aprovado na última quarta-feira (21/11), pela Assembléia Legislativa do Estado.

Se for sancionado pelo governador José Serra, o PL garantirá que todas as escolas estaduais de ensino integral e as Escolas da Família se tornem postos de coleta seletiva de resíduos recicláveis. Os recursos provenientes da venda desses materiais serão revertidos em prol da própria instituição.

O objetivo principal do Perap é ser um projeto-piloto eficaz para resolver o problema do "apagão do lixo" de São Paulo. Diariamente, são produzidas, apenas na capital do Estado, cerca de 14 toneladas de resíduos sólidos por dia " o que provoca o esgotamento dos aterros sanitários existentes. "É urgente que o poder público paulista adote políticas públicas que busquem incentivar a reciclagem. Só assim poderemos gerenciar, com eficiência, o problema do lixo", defende a deputada Vanessa Damo.

Com a implantação do programa, todo o material com potencial para ser reciclado " como papel, papelão, derivados de celulose, garrafas plásticas, vidros, metais, lâmpadas fluorescentes e halógenas e borracha " poderá ser levado para uma escola estadual. E, dali, encaminhado para a reciclagem. Além disso, as instituições também poderão receber óleo de cozinha usado, que será destinado à produção de biodiesel.

"Não bastasse servir como fonte de energia renovável, a medida ainda evitará o despejo de toneladas de óleo nos esgotos domésticos, o que contamina seriamente rios e córregos", explica Vanessa. Materiais como pilhas, baterias, e artigos eletrônicos, que não são recicláveis, também poderão ser encaminhados às instituições para que não poluam o ambiente. Esses itens serão devolvidos aos respectivos fabricantes.

Outro ponto previsto no Perap é um incremento à educação ambiental nas escolas em que programa estiver em funcionamento. As instituições deverão oferecer aos alunos metodologia para que aprendam sobre sustentabilidade ambiental. A intenção é que se tornem multiplicadores desta consciência e envolvam toda a família no processo da reciclagem. (Ecopress com informações da assessoria - 03/12/07, às 8h05)

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+ A GUERA CONTRA A GARAFA PLÁSTICA DE ÁGUA MINERAL =

A água mineral é hoje associada ao estilo de vida saudável e ao bem-estar. As garrafinhas de água mineral já se tornaram acessório dos esportistas, e, em casa, muita gente nem pensa em tomar o líquido que sai da torneira – compra água em garrafas ou galões. Nos últimos dez anos, em todo o planeta, o consumo de água mineral cresceu 145% – e passou a ocupar um lugar de destaque nas preocupações de muitos ambientalistas. O foco não está exatamente na água, mas na embalagem. A fabricação das garrafas plásticas usadas pela maioria das marcas é um processo industrial que provoca grande quantidade de gases que agravam o efeito estufa. Ao serem descartadas, elas produzem montanhas de lixo que nem sempre é reciclado. Muitas entidades ambientalistas têm promovido campanhas de conscientização para esclarecer que, nas cidades em que a água canalizada é bem tratada, o líquido que sai das torneiras em nada se diferencia da água em garrafas. Organizações européias e americanas até estimulam as pessoas a escrever a seus restaurantes favoritos pedindo que suspendam a venda de água mineral e, dessa forma, contribuam com a preservação do planeta.
As campanhas têm dado resultado nos lugares onde a preocupação ambiental já ganhou a adesão das multidões e os moradores confiam na água encanada. Os órgãos públicos de São Francisco, nos Estados Unidos, estão proibidos de comprar água mineral para seus funcionários. Outras grandes cidades americanas, como Los Angeles e Salt Lake City, já adotaram a mesma medida. Apenas nos Estados Unidos, os processos de fabricação e reciclagem das garrafas plásticas consumiram 17 milhões de barris de petróleo em 2006. Esses processos produziram estimados 2,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa, poluição equivalente à de 455.000 carros rodando normalmente durante um ano. O dano é multiplicado por três quando se consideram as emissões provocadas pelo transporte e refrigeração das garrafas.
O problema comprovado e imediato causado pelas embalagens de água é o espaço que elas ocupam ao ser descartadas. Só no Brasil, que recicla menos da metade das garrafas PET que produz, mais de 4 bilhões delas viram lixo todos os anos. Como demoram pelo menos 100 anos para se degradar, elas fazem com que o volume de lixo no planeta cresça exponencialmente. Quando não vão para aterros sanitários, os recipientes abandonados entopem bueiros nas cidades, sujam rios e acumulam água que pode ser foco de doenças, como a dengue. A maioria dos ambientalistas reconhece, evidentemente, que no Terceiro Mundo, com vastas regiões nas quais não é recomendável consumir água diretamente da torneira, quem tem poder aquisitivo para comprar água mineral precisa fazê-lo por uma questão de segurança. De acordo com um relatório da ONU divulgado recentemente, 170 crianças morrem por hora no planeta devido a doenças decorrentes do consumo de água imprópria.
Um estudo apresentado neste ano na Royal Geographical Society, na Inglaterra, chamou atenção para o fato de que a contaminação da água potável por arsênio em inúmeros países, principalmente na Ásia e na África, poderá aumentar consideravelmente os casos de câncer nos próximos anos. Mesmo assim, ao comprar água mineral nesses países, não se tem segurança de estar consumindo um produto saudável. Estima-se que quase metade da água vendida como mineral em Pequim seja de má qualidade. A questão é tão grave que o governo chinês elaborou um plano para reforçar o controle de procedência das garrafas de água por meio de etiquetas eletrônicas durante as Olimpíadas de Pequim, no ano que vem. Espera, dessa forma, impedir a circulação de produtos adulterados.
No Brasil, o termo água mineral acabou se tornando referência para designar diferentes tipos de água engarrafada. A rigor, a expressão identifica a água proveniente de nascentes ou aqüíferos subterrâneos e que contém minerais como cálcio, potássio e sulfato de sódio. Cada água, dependendo de sua composição mineral, pode ter um sabor característico. A água mineral também pode ser produzida artificialmente por meio da adição de sais ou gases à água tratada. Nesse caso, é chamada de água adicionada de sais. Ao contrário do que ocorre no Brasil, onde as minerais representam quase a totalidade do mercado, a maior parte do mundo consome outro tipo de água engarrafada: a purificada. Ela é a água da torneira submetida a processos de filtragem e tratamentos químicos que variam conforme cada fabricante. As marcas mais vendidas estão nas mãos de apenas quatro grandes empresas: Nestlé, Danone, Coca-Cola e PepsiCo, em ordem de porcentual de participação. O restante do mercado mundial é formado pelas águas purificadas e fortificadas por vitaminas, estimulantes naturais, como a cafeína, e extratos de ervas com propriedades terapêuticas. Segundo os médicos, a quantidade de minerais contida tanto nas águas de nascentes e aqüíferos quanto nas purificadas é muito pequena para torná-las mais saudáveis do que a água da torneira. Diz o fisiologista Paulo Zogaib, professor de medicina esportiva da Universidade Federal de São Paulo: "Não há pesquisas científicas que comprovem que essas águas são melhores para a saúde. O importante é manter o corpo hidratado com água de procedência segura".
A crença nos benefícios da água mineral remonta à Antiguidade, quando se disseminou o costume de beber água de fontes consideradas terapêuticas ou utilizá-la em banhos especiais. Dizia Píndaro, poeta grego que viveu no século V antes de Cristo: "O mais nobre dos elementos da natureza é a água". No século XIII, as águas de San Pellegrino, região próxima a Milão, na Itália, e de Fiuggi, ao sul de Roma, já eram consideradas milagrosas para tratar uma série de males. Michelangelo foi a Fiuggi para se tratar de pedras nos rins. No século XIX, as visitas periódicas a estâncias hidrominerais, inspiradas nas antigas termas romanas, tornaram-se um hábito bastante difundido. No verão, Vichy, na França, costumava receber Napoleão III e sua corte, além de outros 300.000 visitantes que acreditavam nos benefícios da água local. Nesse período, as águas de algumas dessas estâncias já eram engarrafadas e vendidas. O vidro das garrafas, no entanto, dificultava o transporte, além de encarecer o produto. A partir do século XIX, o advento das rodovias e da industrialização facilitou o comércio e permitiu que a venda de águas se tornasse um negócio lucrativo. Hoje, com o culto à saúde na ordem do dia, a mística em torno das águas minerais se mantém. Para desgosto dos ambientalistas.

Fonte: Rafael Corrêa e Vanessa Vieira (Veja) - Boletim Recicláveis.com.br

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