quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

CO2, todo mundo emite


















Imagine a vida que você leva. Chega do trabalho, acende as luzes da sua casa, vai tomar um banho de 8 minutos. Usa o fogão à gás para fazer sua comida (hoje tem bife acebolado!!!), ou, se já está pronta, usa o microondas para esquentá-la. Senta em frente à televisão, assiste algum telejornal e depois um filme. Desliga tudo e vai dormir (mas a TV, o DVD ficam em stand-by). O reloginho do microondas também permanece aceso.

No dia seguinte acorda, toma um café da manhã rápido e vai para o trabalho (25 minutos de carro). Liga seu computador e acelera o serviço até a hora do almoço. Aproveita e manda imprimir os últimos relatórios (mas imprimir usando a frente e o verso das folhas de papel vai consumir o dobro do tempo). Como o almoço é rápidinho, não vale a pena desligar o computador, então ele fica ligado. Ás vezes nem o monitor a gente se lembra de desligar. Mais meia jornada de trabalho e é hora de voltar pra casa (mais 25 minutos de carro) e o ciclo recomeça.

No feriado prolongado, nada como uma viagenzinha. Nem que seja pra ir só até o litoral. 6 horas, por causa do congestionamento. Carro ligado, motor esquentando, o combustível queimando. Chega na praia exausto, mas vai pra areia beber uma cervejinha gelada e comer uns petiscos. No final do dia recolhe as latinhas, a garrafa PET, os plásticos e papés dos petiscos, põe tudo na lixeira e vai pra pousada. Final de semana perfeito. 6 horas pra voltar pra casa. Maldito congestionamento.

Nesta vida simples, sem viagens de avião e considerando que a maior parte da energia elétrica que chega na nossa casa é renovável (vindo das hidreléticas), você, sozinho, terá emitido pelo menos 4 toneladas de carbono em um ano. E isso é só a média de quem vive em grandes centros urbanos no Brasil. A média nacional era de 0,5 toneladas CO2/ano em 1994 e passou para 1,6 toneladas CO2/ano em 2003.

Isso tudo sem contar o consumo das empresas, que também adiciona muitas toneladas neste cálculo pessoal, das quais somos indiretamente responsáveis.

Mas de onde vem este carbono todo?

Nossa emissão pessoal é resultado do consumo direto de luz e combustíveis, e do consumo indireto de fertilizantes e agrotóxicos que vão pros nossos vegetais, do metano liberado pelos animais (de onde tiramos carnes, leites e derivados), da energia gasta para produzir as embalagens de papel e plástico que protegem a comida que compramos, da enegia gasta para produzir nossas roupas, sapatos.

Acrescente a isso a energia gasta para construir e manter patrimônio público (escolas, hospitais, prédios do governos, bibliotecas públicas, museus, estações de trem e metrô etc.), o banco e os caixas eletrônicos, o supermecado, a usina hidrelétrica e todo metano que foi liberado do alagamento de áreas verdes onde agora está a represa. A lista é grande e não pára por aqui. E isso porque nem somos grandes poluidores (lembre-se que a média de carbono emitido por um americano é 20 toneladas de carbono por ano - bem maior que a média brasileira).

Basicamente, tudo que fazemos dentro de casa e dentro de uma cidade geram, direta ou indiretamente, gases do efeito estufa. Somos 6 bilhões de seres humanos na Terra, todos lançando toneladas de gases do efeito estufa na atmosfera todos os anos. E este é o custo ambiental de estarmos vivos.

Diminuir nossas emissões nem é tão difícil assim. E depois, quando não há mais nada que possa ser reduzido, vale a pena pensar em projetos para neutralizar o carbono restante. O nosso rastro de carbono será bem menor, a um custo bem baixo. E isso sem pensar no que os governos e as empresas podem fazer. No fim, é possível passar por aqui e deixar nossa pegada. E ela nem precisa ser de carbono.

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