quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Escurecimento Global pode ser pior que o aquecimento?









Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil com informações da BBC Brasil, The Guardian, N.Y Times e ABC News

A mídia nunca deu muita importância, especialistas climáticos falam pouco ou não prestam a devida atenção e os relatórios do IPCC nem ao menos o citam.

O escurecimento global é a diminuição da quantidade de radiação que chega à superfície terrestre que, paradoxalmente, pode significar que o aquecimento global é muito mais ameaçador do que se pensava.

Muitas pesquisas foram publicadas nos anos 90 sobre o assunto e reportavam que os raios solares decaiam na Irlanda, que tanto a Antártida quanto o Ártico estavam ficando mais escuros e que a luz no Japão, a suposta terra do sol nascente, estava na verdade diminuindo.

Dados revelam que nos últimos 50 anos a quantidade média de radiação solar que atingiu o solo caiu em 3% a cada década. Apesar de parecer pequeno, implica em conseqüências para as mudanças climáticas, energia solar e fotossíntese das plantas.

Outros estudos mostraram ainda que a radiação solar havia caído 10% nos EUA, cerca de 30% em partes da antiga União Soviética e 16% em partes das ilhas britânicas.

Apesar das últimas pesquisas sobre o assunto terem sido publicadas em revistas científicas há dois anos, o fenômeno continua nos céus esperando para que alguém o acompanhe atentamente.

Quem e como descobriu?

Em 1985, o pesquisador geográfico Atsumu Ohmura, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, descobriu que os níveis de radiação solar haviam caído mais de 10% em três décadas. “Eu estava chocado. A diferença era tão grande que eu não conseguia acreditar”, disse.

Ohmura foi o primeiro cientista a publicar um estudo sobre o “escurecimento global”, em 1989. Claro, foi totalmente ignorado pela comunidade cientifica que andava se preocupando com o inverso – o aquecimento global.

Em 2001, o inglês Gerry Stanhill, em conjunto com Shabtai Cohen, publicou uma pesquisa que comparava os registros de raios solares em Israel nos anos 50 com os atuais. O pesquisador observou uma impressionante queda de 22% dos raios solares, que o deixou surpreso. Intrigado, ele foi em busca de dados similares de outros pontos do mundo, e encontrou a mesma história em todo local que procurava.

Eles coletaram todas as evidências disponíveis e provaram que, em média, os registros mostravam que a quantidade de radiação solar que alcançava a superfície da Terra tinha diminuído entre 0,23 e 0,32% em cada ano, entre os anos de 1958 e 1992.

Stanhill batizou o fenômeno de “escurecimento global” e, a sua pesquisa também foi recebida com ceticismo pela comunidade científica.

Porém naquele mesmo ano, o cientista climático Graham Farquhar, da Universidade Nacional da Austrália e seu colega Michael Roderick publicaram um estudo que cruzava dados sobre o escurecimento global com taxas de evaporação das chuvas na revista mais bem conceituada americana - a Science. Depois de mais de 20 anos da primeira observação, o escurecimento global finalmente ganhava destaque.

Farquhar utilizou um método completamente diferente para confirmar as conclusões de Stanhill. Estudos e mais estudos usando uma panela de metal cheia de água mostraram que as taxas de evaporação têm caído nos últimos anos. Este era um dos maiores mistérios da ciência climática, uma vez que, já constatado o aquecimento da Terra, esperava-se um aumento na taxa de evaporação.

Quando Farquhar comparou estes dados com os do escurecimento global, eles bateram perfeitamente. A redução na evaporação era causada pela menor quantidade de água que brilhava na superfície aquática. Foi então que os cientistas climáticos acordaram para o problema e começaram a tomar nota, apesar de alguns ainda se recusarem a aceitar, acusando a falta de precisão do equipamento de registro dos dados.

“É uma coisa extraordinárias que, por alguma razão, isto não penetrou nem mesmo nos pensamentos das pessoas que olham para as mudanças climáticas globais”, disse o Farquhar para o jornal britânico The Guardian, em uma reportagem de 2003.

O cientista atmosférico do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, Martin Wild, liderou um estudo publicado na Science em 2005 que mostra que houve um significativo escurecimento sobre a Terra até cerca de 1990, quando os dados sugerem que iniciou um processo gradual de “luminosidade”. Wild atribui o brilho atual ao bem sucedido esforço no controle da poluição.

“De 1960 a 1980, o escurecimento foi grande o suficiente para contrabalancear o aumento induzido dos gases do efeito estufa e diminuir as grandes ondas de radiação”, disse.

Um time liderado por Bruce A. Wielick, do Centro de Pesquisas Langley da Nasa, na Virgìnia, produziu relatos das medidas do satellite da agência Aqua que mostraram uma pequena queda na quantidade de luz refletida para fora da Terra desde 2000. Os resultados da Nasa conflitam nas medidas, sugerindo que a Terra teria recomeçado o processo em 2001.

Em um artigo publicado na Revista Science, James E. Hansen, do Instituto Goddard para estudos espaciais, de Nova York, e seus colegas dizem que muito do excesso de calor gerado pelo aquecimento global tem estado armazenado nos oceanos. Mesmo se mais nenhum gás do efeito estufa for liberado para a atmosfera, eles afirmam, a Terra ficará mais quente nas próximas décadas, uma vez que o calor dos oceanos será liberado.

Pesquisadores do Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico em Washington descobriram que a quantidade de luz que chegava na China caiu em 3,7 watts por jarda quadrada nos últimos 50 anos. As pesquisas foram publicadas no Geophysical Research Letters em 2006.

Como é medida?

A radiação solar é medida vendo quanto o lado de um prato preto aquece quando exposto ao sol, comparado com o outro lado, que está na sombra. É um equipamento relativamente simples e não existem maneiras de provar qual exatas são as medidas feitas 30 anos atrás. “Para detectar mudanças temporais você precisa de dados muito bons, senão estará apenas analisando a diferença entre dados de sistemas possivelmente recuperados (data retrieval systems)”, diz Ohmura.

No início de 2006, a Nasa abandonou um programa que poderia ter oferecido, de alguma maneira, evidências do fenômeno. O Deep Spack Climate Observatory foi criado para observar a luminosidade do sol sobre um lado da Terra durante longos períodos.

Segundo Robert Charlson, do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de Washington, em Seattle, o satélite poderia oferecer dados sobre o escurecimento global, assim como sobre o aquecimento. O aparelho foi construído e preparado para ser lançado em 2001, porém com os ataques terroristas e a perda da nave Columbia em 2003, o lançamento foi adiado.

O resultado foi que os pesquisadores estão limitados a fotos de satélites e instrumentos de leitura no solo.

Causa

Os cientistas suspeitam que o fenômeno seja causado pela poluição. Queima de carvão, petróleo e madeira, carros e usinas energéticas não produzem apenas gases invisíveis como o dióxido de carbono, principal responsável pelo Efeito Estufa, mas também minúsculas partículas de poeira, soot, componentes sulfúricos e outros poluentes.

Essa poluição atmosférica visível reflete a luz solar de volta ao espaço, não a deixando chegar ao solo. Além disso, ela muda as propriedades ópticas das nuvens. Nuvens poluídas contem um maior número de gotas do que as não poluídas.

Pesquisas recentes mostram que isto as faz refletir mais do que o normal, o que mais uma vez provoca reflexos dos raios solares para o espaço.

A pesquisadora Rachel Pinker, da Universidade de Maryland, também nos Estados Unidos, tem feito estudos baseados em imagens de satélites e argumenta que os números sugerem que algo esteja acontecendo, só não existem dados suficientes para saber o que é. "Isto pode ser o nível dos poluentes, mas também pode ser a interação de nuvens de aerosol ou instrumentos diferentes que estão fazendo as leituras”, disse em reportagem para o ABC News em 2006.

Conseqüências

Há sugestões de que o escurecimento está por detrás das secas da África subsaariana, o que acabou com milhares de vidas nos anos 70 e 80. Hoje se suspeita que a mesma coisa esteja acontecendo na Ásia, casa para mais da metade da população mundial.

“Minha principal preocupação é que o escurecimento global está causando um impacto destrutivo às monções asiáticas e estamos falando de bilhões de pessoas”, diz o professor de ciências climáticas e atmosféricas da Universidade da Califórnia, San Diego, Veerhabhadran Ramanathan.

O mais alarmante é que os cientistas podem ter subestimado o verdadeiro poder do efeito estufa. Eles sabem quanta energia extra tem sido mantida na atmosfera terrestre em função do dióxido de carbono que emitimos. O os surpreendem é que esta energia extra até agora resultou em um aumento de apenas 0.6º C.

A conclusão para muitos era de que o clima atual é menos sensível ao efeito do dióxido de carbono (CO2) que era, digamos, na era do gelo, quando um aumento similar de CO2 levaria a um aumento de 6º C.

Mas agora parece que o aquecimento dos gases do efeito estufa foi neutralizado por um forte efeito de resfriamento causado pelo escurecimento – na verdade um ou dois poluentes teriam cancelado um ao outro. Isto significa que o clima na verdade é mais sensível ao efeito estufa que se pensava anteriormente.

Se for isso, então temos más notícias, de acordo com Peter Cox, um dos modelares climáticos líderes do mundo. Do jeito que as coisas andam, os níveis de CO2 são projetados para crescer fortemente nas próximas décadas, enquanto existem fortes sinais de que as partículas poluentes têm sido controladas.

Ohmura diz que as imagens de satélite das nuvens sugerem que o céu se tornou ligeiramente mais limpo desde o início da década de 90 e isto vem sendo acompanhado por uma abrupta subida de temperatura. Ambos os fatos podem indicar que o escurecimento global está diminuindo, e isto pode estar ligado à redução geral da poluição atmosférica, através do declínio da indústria pesada em partes do mundo nos anos recentes.

Também é possível que o escurecimento global não seja inteiramente causado pela poluição atmosférica. “Eu não acredito que os aerossóis sozinhos poderiam causar tanto escurecimento global”, diz Farquhar.

Até as mais pessimistas previsões de aquecimento global precisariam de uma revisão dramática, pois com um aumento de 10º C nas temperaturas em 2100 em jogo, daria ao Reino Unido um clima como o da África do Norte, e deixaria muitas partes do planeta desabitadas.

BBC

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Cemitérios podem causar riscos ao solo e águas subterrâneas











Por Júlio Bernardes, da Agência USP

A instalação de cemitérios em locais com condições geológicas desfavoráveis pode provocar sérios riscos ao meio ambiente. "Devido ao processo de decomposição de corpos dispostos no subsolo, os cemitérios podem apresentar a potencialidade de comprometer a qualidade do solo e das águas subterrâneas", alerta a pesquisadora Ana Paula Silva Campos, que estudou o tema em sua dissertação de mestrado em Saúde Ambiental na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.

Na pesquisa, foram analisados estudos sobre contaminação e as normas ambientais para instalação e manutenção de cemitérios. "O produto da decomposição, conhecido como necrochorume (ou produto da coliqüação), é liberado pelo corpo durante seis a oito meses, sendo que cada cadáver pode gerar de 30 a 40 litros", explica. "Composto de 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas tóxicas (putrescina e cadaverina), além de carga patogênica, o necrochorume é mais viscoso que a água, de cor acinzentada ou acastanhada, odor forte e desagradável".

Se o solo dos cemitérios for poroso e permeável, o necrochorume pode vir a se mover e misturar com a água subterrânea, podendo tornar-se veículo de doenças, caso haja microrganismos patogênicos. "A contaminação pode vir a ocorrer pela ação de vetores químicos e microbiológicos que percolem com infiltração de chuvas em locais com nível de água menos profundo, ou onde haja inundação de sepulturas", ressalta Ana Paula.

Contaminação
"Apesar dos cemitérios antigos terem sido locados nas áreas altas e com lençol freático profundo, não havia instrumentos legais de controle e não foram levados em conta estudos geológicos e hidrogeológicos", explica a pesquisadora. "Ou seja, eles podem constituir-se em fonte de contaminação, causando alterações físicas, químicas e biológicas no solo e nas águas subterrâneas e superficiais que não estiverem devidamente protegidas ou que estejam em locais vulneráveis".

Análises de águas subterrâneas realizadas por outros pesquisadores em áreas de cemitérios indicaram, em casos específicos, a presença de microrganismos como coliformes totais, termotolerantes, bactérias heterotróficas, além de substâncias físicas e químicas como sólidos dissolvidos, nutrientes e cálcio, provavelmente oriundas do processo de decomposição. "Também foram detectados metais como alumínio, cobre, cromo, ferro, manganês e zinco, possivelmente oriundos da composição dos caixões ou do próprio solo", conta Ana Paula.

A pesquisadora observa que o solo tem capacidade de atenuação e autodepuração de poluentes, principalmente na zona não-saturada. "Fatores como condutividade hidráulica, granulometria, composição do solo, permeabilidade, nutrientes e aeração adequadas, podem favorecer a eliminação de microrganismos e inviabilizar condições oportunas de contaminação das águas".

A implantação de cemitérios deve considerar fatores como implantação geológica e hidrogeológica e operação técnica e sanitária adequadas, fixando faixas de proteção sanitária para garantir a qualidade das águas. "É necessário licenciar, fiscalizar, monitorar e acompanhar a atividade cemiterial rigorosamente, para prevenir e controlar a eventual poluição, além da utilização de técnicas de remediação para reutilização de áreas de cemitérios", alerta a pesquisadora.

Mais informações: (0XX11) 8196-0263, com Ana Paula Silva Campos. Pesquisa orientada pelo professor Wanderley da Silva Paganini

(Agência USP de Notícias)

sábado, 19 de janeiro de 2008

Desmatamento e urbanização contribuem para aumento da febre amarela, diz especialista


Por Paula Laboissière, da Agência Brasil









Segundo Inpe, desmatamento cresce na Amazônia

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgará hoje (18/1) um novo alerta sobre desmatamento na Amazônia. As informações têm base em imagens captadas por satélites no último trimestre do ano passado e que indicam a derrubada de matas em ritmo acelerado, numa média de mais de 1.000 quilômetros quadrados por mês.

Informes parciais encaminhados pelo Inpe a representantes da área ambiental do governo sinalizavam nova pressão de desmatamento no Mato Grosso, que havia perdido para o Pará a liderança no ranking dos Estados da Amazônia que mais abatem árvores. Rondônia aparece na seqüência.

O governo estima que o desmatamento na Amazônia Legal não apenas parou de cair, como pode aumentar 10% no próximo levantamento consolidado, a ser divulgado no final do ano.

No Mato Grosso, novos focos de desmatamento estariam próximos a áreas de cultivo da soja, grão que registrou aumento de preços no ano passado. No Pará, a derrubada de floresta seria associada à expansão da pecuária. Em Rondônia, não há sinais claros de que o avanço do desmatamento tenha relação com a futura construção da hidrelétrica de Santo Antônio, a primeira do rio Madeira.

O Inpe avalia que o futuro da Amazônia vai depender do controle da expansão da pecuária no Pará, Estado que registrou o maior crescimento do rebanho no país. As culturas de soja e cana-de-açúcar teriam papel importante, porém indireto no desmatamento, ao ocuparem áreas de pasto e empurrarem a pecuária para a Amazônia.
(Com informações do jornal Folha de São Paulo)


O desmatamento intenso, a urbanização desordenada de áreas rurais e as conseqüentes mudanças climáticas decorrentes de todo o processo colaboram para que doenças como a febre amarela se alastrem não só no Brasil, mas também em um grande número de países em todo o mundo. A afirmação é do médico epidemiologista José Cássio de Moraes, da Santa Casa de São Paulo.

O último relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta crescimento não apenas do número de casos de febre amarela como também do número de países atingidos pela doença nos últimos 20 anos. “Toda essa mudança do ecossistema, o aquecimento global, chuvas intensas, calor, tudo isso é um facilitador de doenças por vetores", disse o Moraes. Ele destacou a grande preocupação mundial com o que tais mudanças podem representar de aumento desse tipo de doença.

Segundo Moraes, existe ainda outro agravante: a grande dificuldade de controle da transmissão pelo mosquito Aedes aegypti: Além do fácil acúmulo de água em recipientes, o combate ao mosquito transmissor com inseticidas tem uma grande limitação – o produto se espalha facilmente e é necessária a visita de agentes de controle de casa em casa para um combate efetivo às larvas. “Isso é praticamente inviável. Tem uma dificuldade ecológica importante na transmissão de doenças por vetores”.

O epidemiologista lembrou que, no início do ano 2000, houve um aumento de casos de febre amarela similar ao que se registra atualmente no país – em viajantes que visitaram regiões turísticas durante o período de férias, sobretudo nos estados de Goiás e de Mato Grosso.

“Na passagem do milênio, houve várias excursões a locais considerados exotéricos, como a Chapada dos Veadeiros [em Goiás] e a Chapada dos Guimarães [em Mato Grosso]. Tivemos um aumento razoável de casos de febre amarela em viajantes que foram para essas regiões e não estavam vacinados.”

Segundo ele, a invasão de terras para a criação de trilhas ecológicas com fins comerciais, como é o caso de regiões em Goiás e também em Minas Gerais, provocam grandes alterações no ecossistema, que podem levar o mosquito haemagogus a substituir o macaco pelo homem. “Os macacos vivem nas copas das árvores. O ciclo se forma e se mantém restrito ali. Na hora em que as árvores são destruídas e surge a presença de um outro primata, o ser humano, esse haemagogus vai substituir o macaco pelo homem”.

Moraes alerta que, se a expansão urbana em áreas rurais não for ordenada e equilibrada, a mudança pode acarretar não só o aumento de casos de febre amarela em escala mundial, como também de outras doenças transmitidas por vetores, como a leishmaniose e a malária. “Existe toda essa questão de desequilíbrio e ocupação desordenada, que traz este aumento de casos”.

Ele acredita que o quadro de febre amarela no Brasil é de uma epidemia localizada em população não-vacinada, que mora em regiões rurais ou que entra em contato com a mata onde podem ser encontrados macacos portadores do vírus da doença.

De acordo com o epidemiologista, a situação endêmica ocorre quando existe um número bastante reduzido de casos. Os surtos são registrados apenas em áreas restritas, como uma comunidade ou uma escola. Já o alastramento de casos é caracterizado como epidemia. “Qualquer caso que exceda aquele padrão de poucos casos já se considera epidemia”, afirmou Moraes.
(Foto: Divulgação)
(Agência Brasil)

O Aëdes aegypti, pode transmitir a dengue e também a febre amarela

http://www.cva.ufrj.br/vacinas/fam-v.html
CVA
Centro de Vacinação de Adultos

Vacina contra a febre amarela (17D)
Fernando S. V. Martins & Terezinha Marta P.P. Castiñeiras
A vacina contra a febre amarela (17D) é elaborada com o vírus vivo atenuado, sendo produzida inclusive no Brasil (Rio de Janeiro). Em 95% das pessoas o efeito protetor (imunidade) ocorre uma semana após a aplicação.Confere imunidade por, pelo menos, 10 anos (provavelmente por toda a vida). Pode ser utilizada a partir dos 9 meses de idade. É aplicada por via subcutânea na região deltóidea (braço).
O Ministério da Saúde, desde 1998, está intensificando a vacinação contra febre amarela (anti- amarílica), que está incluida nos Calendários de Vacinação. A vacinação está prevista para crianças a partir de 9 meses de idade. A vacina é gratuita e está disponível exclusivamente na Rede Pública.
Os municípios com risco potencial para reintrodução da febre amarela (ou seja, todos onde ocorre dengue) devem procurar facilitar o acesso à vacinação, com prioridade para viajantes que tenham como destino as áreas de risco. O frasco tem 5 doses, o que facilita o atendimento em locais com demanda pequena. Nas cidades maiores, um certo número de Centros Municipais de Saúde (CMS), proporcional ao número de habitantes, deve estar apto a aplicar a vacina todos os dias para evitar um risco desnecessário de reintrodução da febre amarela.
No Rio de Janeiro, a vacina está disponível em todos os Centros Municipais de Saúde. Os Centros Municipais de Saúde, em geral, aplicam a vacina apenas em dias e horários pré-determinados, o que dificulta a vacinação de viajantes. Em todo o Brasil, a emissão do Certificado Internacional de Vacinação é feita apenas nos Postos da Anvisa. A vacina contra a febre amarela deve deve ser feita, pelo menos, dez dias antes da viagem.
As pessoas vacinadas nos Centros Municipais de Saúde recebem o Cartão Nacional de Vacinação, que é válido em todo território brasileirol. Se posteriormente necessitarem do Certificado Internacional deverão procurar um dos Postos da Anvisa munidas do Cartão Nacional. (ou seja, na maioria das vezes são obrigadas - sem nenhuma razão plausível - a procurarem dois locais diferentes apenas para obterem um documento que tem por base o emitido nos CMS). O Certificado tem validade por 10 anos, a contar a partir do décimo dia da primeira aplicação da vacina. Nas vacinações seguintes (feitas a cada 10 anos), o Certificado é válido no mesmo dia da aplicação, se apresentando junto com o anterior. Para a emissão do Certificado Internacional é imprescindível assinatura do viajante (o que torna obrigatória a sua presença) e a apresentação de:
• Cartão Nacional de Vacinação com data da administração da vacina, lote da vacina, carimbo e assinatura do profissional que realizou, e identificação da unidade de saúde.
• Documento de identidade oficial* com foto (carteira de identidade, passaporte, carteira de motorista válida etc).
• Certidão de Nascimento, para menores de idade.
* = exceto para a população indígena, que está dispensada da apresentação de documento de identidade.
Efeitos colaterais
A vacina geralmente produz poucos efeitos colaterais. É utilizada há mais de sessenta anos e efeitos colaterais graves (incluindo óbitos) são raros. Cerca de de 5% das pessoas pode desenvolver, 5 a 10 dias depois da vacinação, sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular, sendo infrequente a ocorrência de reações no local de aplicação. Reações de hipersensibilidade são muito raras e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina. A ocorrência de encefalite é raríssima, tendo a maioria dos casos ocorrido em crianças vacinadas com menos de cinco meses de idade.
• Reação alérgica grave (anafilática) ocorre em aproximadamente 1 em cada 131.000 doses aplicadas.
• Reações no sistema nervoso central (encefalite) – cerca de 1 caso para cada 150.000 - 250.000 doses.
• Comprometimento de múltiplos órgãos com o vírus da febre amarela vacinal - aproximadamente 1 caso para cada 200.000 - 300.000 doses. Acima de 60 anos a incidência desta complicação é maior (cerca de 1 caso para cada 40.000 - 50.000 doses). Mais da metade dos indivíduos com febre amarela vacinal evoluem para o óbito.
Contra-indicações
• Crianças com 4 meses ou menos de idade, devido ao risco de encefalite viral (contra-indicação absoluta).
• Gestantes, em razão de um possível risco de infecção para o feto.
• Pessoas com imunodeficiências resultante de doenças ou de terapêutica: infecção pelo HIV, neoplasias em geral (incluindo leucemias e linfomas), Aids, uso de medicações ou tratamento imunossupressores (corticóides, metotrexate, quimioterapia, radioterapia), disfunção do timo (retirada cirúrgica ou doenças como miastenia gravis, síndrome de DiGeorge ou timoma).
• Pessoas que tenham alergia a ovos, uma vez que a vacina é preparada em ovos embrionados.
• Pessoas com alergia a eritromicina, um antibiótico que faz parte da composição da vacina.
• Pessoas com alergia a ghelatina, que faz parte da composição da vacina.
• Pessoas com antecedentes de reação alérgica a dose prévia da vacina anti-amarílica.
A decisão de vacinar pessoas que tenham contra indicações, inclusive crianças entre 5 e 9 meses de idade e mulheres amamentando (flavivírus podem ser eliminados junto com o leite), deve ser feita em bases individuais pelo médico. Devem ser analisados os riscos de aquisição da doença e os da imunização. É prudente adiar a vacinação de pessoas com febre (até que esta desapareça), casos de doenças agudas ainda sem diagnóstico e doenças crônicas descompensadas. Deve-se, em razão de possível interferência na indução de imunidade, postergar a aplicação em pessoas que fizeram uso recente de vacinas com vírus vivo atenuado (MMR, sarampo, rubéola, varicela) e também de vacina contra a cólera (não disponível no Brasil), respeitando-se um intervalo de 4 semanas. Recomenda-se também que as mulheres que tenham sido vacinadas evitem a gravidez por no mínimo 30 dias.

O Cartão de Vacinação é um documento de comprovação de imunidade, sendo responsabilidade das Unidades de Saúde emití-lo ou atualizá-lo por ocasião da administração de qualquer vacina. Deve ser guardado junto com documentos de identificação pessoal. É importante que seja apresentado nos atendimentos médicos de rotina e fundamental que esteja disponível nos casos de acidentes.
Atualizado em 30/12/2007, 09:59 h
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Conferência em Bali aprova roteiro que vai definir substituto de Protocolo de Quioto

Luana Lourenço
Enviada especial

Bali (Indonésia) - Em uma sessão plenária surpreendente, depois de uma madrugada de negociações, os 190 países da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas aprovaram hoje (15) o documento final com os resultados de 13 dias de trabalho em Bali, um dia a mais que o previsto inicialmente.

O chamado Mapa do Caminho define um roteiro com os princípios que vão guiar as negociações do regime global de mudanças climáticas, que sucederá ao Protocolo de Quioto.

No início da sessão, a delegação chinesa anunciou que se recusaria a participar das decisões no plenário porque negociações paralelas ainda estariam ocorrendo fora do local.

O presidente da 13ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-13), o ministro do Meio Ambiente da Indonésia, Rachmat Witoelar, suspendeu a sessão e, por mais de uma hora, o bloco G-77 (grupo dos países em desenvolvimento) ficou reunido com a China.

Na volta ao plenário, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, que decidiu voltar a Bali depois da falta de resultados até ontem, fez apelos para que os delegados entrassem em acordo e chegassem a um consenso sobre o Mapa do Caminho.

Ele disse estar "decepcionado com a falta de progresso" e acrescentou que, apesar dos esforços durante a semana, os negocidores precisavam "terminar os trabalhos".

O impasse principal foi criado porque o G-77 e a China não aceitaram um texto que cobrava responsabilidades mensuráveis e verificáveis para os países em desenvolvimento na redução de gases de efeito estufa, sem deixar claro o papel dos países desenvolvidos no financiamento dessas ações.

A Índia propôs uma emenda para alterar o texto. Recebeu o apoio da União Européia e de países em desenvolvimento, mas nao convenceu os Estados Unidos.

Depois de discursos que cobraram o apoio da delegação norte-americana ao acordo, a secretária de Estado para a Democracia e Assuntos Globais dos Estados Unidos, Paula Dobriansky, anunciou que o país aceitaria a reivindicação dos países em desenvolvimento.

"Viemos a Bali porque queremos avançar. Nossa missão é comum", afirmou a secretária, antes de a decisão ser aplaudida pelo plenário.

Nos próximos dois anos, o Mapa do Caminho será discutido por um grupo de trabalho criado para encaminhar as negociações.

Pelo cronograma estabelecido no texto, os 190 países da convenção terão até 2009 para definir o substituto do Protocolo de Quioto. Ou seja, para definir qual será o mecanismo global de mudanças climáticas após o final do primeiro período de compromisso do acordo, em 2012.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Legislação definirá rotulagem e certificação de produtos orgânicos

Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - A regulamentação dos alimentos orgânicos, que está em vias de ser enviada à Casa Civil pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é considerada importante para o setor porque definirá, entre outros pontos, a rotulagem de produtos orgânicos para a venda e um selo federal de conformidade orgânica. O selo e os rótulos poderão ser aplicados também a outros produtos que não alimentos, por exemplo roupas, tênis e calçados produzidos com algodão, couro e borracha orgânicos.

O selo federal e a rotulagem serão a representação mais visível da regulamentação do setor. As empresas, cooperativas e certificadoras de produção orgânica esperam que ele ajude a orientar o consumidor na hora da compra e aumentar as vendas. Foi o que ocorreu na Europa, em meados dos anos de 1990.

Atualmente, o consumidor brasileiro pode encontrar nas prateleiras, entre produtos importados ou produzidos no país, os selos das cinco correntes internacionais dominantes de produção orgânica certificada, conforme seus princípios e origem histórica. E a rotulagem de orgânicos mistura-se à de alimentos integrais, macrobióticos, naturais em geral e outros. Há confusão de orgânicos principalmente com os rótulos “caipira” (para ovos e frangos) e hidropônico, que é quase o oposto de orgânico, uma vez que a adubação desses alimentos frequentemente é feita apenas com adubos químicos.

De acordo com a Instrução Normativa 16, de 2004, haverá dois rótulos: o de produto orgânico, para alimentos ou produtos que contenham pelo menos 95% de componentes orgânicos (excluídos água e sal, no caso de alimentos) e o de produto com ingredientes orgânicos, para os que contiverem “pelo menos 70% de ingredientes orgânicos”. Essa rotulagem é a mesma adotada pela União Européia, em vigor desde 1993.
Já o selo federal estará definido apenas no projeto de lei que está tramitando entre os ministérios, para ser enviado à Casa Civil. Segundo Roberto Mattar, chefe de Divisão de Mecanismos de Garantias de Qualidade Orgânica do ministério da Agricultura, o governo federal concederá o selo às empresas e cooperativas credenciadas, não aos produtos. De acordo com Rogério Dias, coordenador de Agroecologia do ministério, esse selo também será regulamentado depois e sua forma final provavelmente será escolhida através de um concurso público.

Tereza Cristina de Oliveira Saminez, responsável pelo Serviço de Normas Técnicas e substituta da mesma coordenação do ministério, explica que o selo de credenciamento federal deverá ser obrigatório em toda a cadeia de revendas de produtos orgânicos, ou seja, supermercados, hipermercados, quitandas e outros estabelecimentos. Ele não será obrigatório para a venda direta do produtor ao consumidor.

O poder de mudança do consumo consciente

16/01/2008
Por Ricardo Voltolini, da Revista Idéia Socioambiental
No final de 2007, em entrevista a esta coluna, o vice-presidente do IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas) sentenciou do alto da sabedoria de quem acabara de ganhar o Prêmio Nobel da Paz: “O atual modelo de economia de mercado provou-se insustentável. Ou as pessoas e empresas mudam suas maneiras de consumir e produzir ou o Planeta poderá chegar, em 2030, ao seu temido ponto sem volta”, disse em defesa da idéia de que falta senso de urgência para uma reeducação de valores e práticas.

Recortada assim, em tom alarmista, esta mensagem pode parecer inadequada para um artigo de início de ano. Mas aqui ela tem uma finalidade específica: chamar a atenção para a responsabilidade que cabe a cada um de nós na construção de um modo de vida mis sustentável. Início de ano, como se sabe, representa um momento de transição de ciclo. Propício para “balanços”, enseja revisões do que foi e do que deixou de ser feito e abre a possibilidade corrigir rumos, reprogramar sonhos ou tomar atitudes tantas vezes adiadas apesar de claramente vantajosas – a dieta saudável, o curso de MBA, o período sabático, a compra de um imóvel ou o projeto de ter filhos.

O nascer de um novo ano é, na essência, um tempo de esperança em que se permite querer mudar. Nada mais oportuno, portanto, do que recorrer á sua simbologia para propor uma reflexão baseada no enunciado de Munasinghe. “O quanto nós, brasileiros, estamos mudando modos de consumir diante da preocupante alteração do clima?”, é justo se perguntar.

O primeiro e mais óbvio indicador diz respeito à pegada ecológica, isto é, aos impactos que o nosso estilo de vida provoca no Planeta. A gravidade da atual situação impõe-nos o dever moral de reduzi-la ao máximo para que não esgotemos hoje a cota individual de recursos naturais que podemos legar aos nossos filhos e netos. Menos lembrado como fator de mudança é o uso pleno da capacidade que todos temos de influenciar as empresas, com decisões de consumo equilibradas e conscientes, que as punam ou as recompensem em decorrência de seus compromissos efetivos com a adoção de modelos mais limpos de produção e negócios.

Deixar o carro mais vezes na garage diminui a pegada ecológica e, por tabela, ajuda na solução do problema do clima. Se todos deixarmos de comprar um segundo ou terceiro carros fabricados exclusivamente para combustível fóssil, este ato forçará os fabricantes a reverem seus processos e produtos. A mudança necessária nada mais é do que a combinação de pequenos gestos de impacto individual com grandes gestos individuais de impacto coletivo. Quanto maior o nível de consciência no consumo, mais efetiva podem ser as contribuições para o desaquecimento da Terra.

Pesquisa do Market Analysis, feita em 2007 em 18 países, revelou que os brasileiros estão entre os mais preocupados do mundo com as mudanças climáticas. No entanto, 46% acham que um indivíduo pode fazer muito pouco diante de um problema tão grave.

Considerando as variáveis competência e capacidade para mudar o quadro, o interessante estudo identificou quatro grupos. O mais numeroso (40%), dos “mobilizáveis”, é formado por pessoas com bom nível de informação sobre o aquecimento global, alinhadas com a atuação das ONG´s, críticas em relação às empresas, mas que não desempenham necessariamente papel atuante em seu dia a dia. Apenas um em cada seis integrantes desse grupo, no entanto, pode ser classificado como consciente e mobilizado.

O segundo grupo, denominado “céticos alternativos”, reúne 38% de brasileiros muito bem informados sobre o problema, dispostos a adotar mudanças em seu estilo de vida e sensíveis á idéia de que é possível conciliar crescimento econômico com respeito ao meio ambiente. Eles acreditam que, individualmente, podem dar uma resposta mais clara do que sociedade como um todo. O terceiro grupo, dos “confiantes passivos” (12%) confia mais na sociedade do que em sua própria capacidade de mudar a situação. E o quarto grupo, da “retaguarda inoperante” (10%), não crê nem no potencial do indivíduo, nem no da sociedade. Ambos se caracterizam por uma postura desinformada e acrítica.

Como se pode ver por esses números, são grandes os desafios de mobilizar os brasileiros, fazendo com que percebam o poder de influência que tem o consumo consciente na mudança dos modelos de produção e estratégias de negócio. Que 2008 seja o primeiro ano no processo sugerido por Munasinghe de reeducação para valores e práticas mais sustentáveis. Afinal, o início de ano é sempre uma boa oportunidade para fazer o que precisa ser feito.ist

* Ricardo Voltolini é publisher da revista Idéia Socioambiental e consultor de Idéia Sustentável. E-mail: ricardo@ideiasocioambiental.com.br

(Envolverde/Idéia Socioambiental)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Corporações disponibilizam publicamente “patentes ecológicas”
















Diversas patentes ecológicas foram liberadas para domínio público pelo Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) e a IBM, em parceria com Nokia, Pitney Bowes e Sony.

As patentes empenhadas ao “Eco-Patent Commons”, como foi denominado, apresentam inovações concentradas nas questões ambientais e também em processos industriais ou de negócios em que a solução fornece um benefício ambiental. Por exemplo, uma empresa pode empenhar uma patente para um processo industrial que reduza a geração de resíduos perigosos, ou o consumo de energia e água. Já uma outra poderá compreender uma solução de compra ou logística que possa reduzir o consumo de combustível.

O portfólio do "Eco-Patent Commons" está disponível em um website público e exclusivo para esse fim, hospedado pelo WBCSD (http://www.wbcsd.org/web/epc).

“O Eco-Patent Commons oferece uma oportunidade de liderança única e significativa para as empresas fazerem a diferença, compartilhando as suas inovações e soluções em defesa do desenvolvimento sustentável”, disse o presidente do WBCSD,Bjorn Stigson. “O Eco-Patent Commons também oferece uma oportunidade para as empresas e outras entidades identificarem áreas de interesse comum e estabelecerem novos relacionamentos que possam levar a um desenvolvimento nas tecnologias patenteadas e em outras áreas”.

Os exemplos dos benefícios ambientais esperados para essas patentes incluem:

• A conservação de energia ou melhorias na eficiência energética ou de combustíveis

• A prevenção da poluição (redução de fontes geradoras e de resíduos)

• O uso de materiais ou substâncias ambientalmente preferíveis

• A redução no uso da água ou de materiais

• Ampliação das oportunidades de reciclagem


“A inovação para tratar de questões ambientais exigirá tanto a aplicação de tecnologia como também novos modelos para o compartilhamento da propriedade intelectual entre empresas em diversos segmentos de mercado”, disse o vice-presidente sênior e diretor da IBM Research, John E. Kelly III. “Como líder em patentes nos EUA por 15 anos consecutivos, com 3.125 patentes publicadas em 2007, a IBM está entusiasmada em disponibilizar suas patentes e colocá-las a serviço do meio-ambiente. Além de permitir que novos participantes se comprometam com a preservação ambiental, a livre troca de propriedade intelectual acelerará o trabalho no próximo nível de desafios ambientais. Nós encorajamos fortemente outras empresas a contribuir para o Eco-Patent Commons”.

A associação ao Eco-Patent Commons é aberta a todos os indivíduos e empresas que contribuam com uma ou mais patentes. Fica a critério de cada organização a seleção e a submissão das patentes a serem empenhadas. As empresas fundadoras e o WBCSD convidam outras empresas interessadas a se tornarem membros e a participarem desta iniciativa promovendo a inovação e a colaboração para ajudar a proteger o planeta.

O Eco-Patent Commons foi originalmente proposto na conferência Global Innovation Outlook (GIO) da IBM, que reuniu centenas de líderes empresariais, políticos, acadêmicos e de entidades sem fins lucrativos para discutir desafios sociais e de negócios, demonstrando o poder e os benefícios de modelos de inovação colaborativa e aberta.

“Este é o momento para as empresas unirem esforços para proteger o ambiente mais eficazmente, ao invés de tentar solucionar as questões sozinhas. Nós realmente acreditamos que este esforço conjunto representará um passo significativo e ajudará a transferir idéias e tecnologias inovadoras entre os diversos segmentos de mercado e além das fronteiras dos países desenvolvidos. Estamos entusiasmados para lançar essa plataforma e compartilhar tecnologias que resultarão em mudanças positivas no meio-ambiente”, afirmou o gerente geral do departamento de Responsabilidade Social Coportativa da Sony, Hidemi Tomita.

Para o diretor de Propriedade Intelectual da Nokia, Donal O’Connell, as questões ambientais têm grande potencial para ajudar a descobrir a próxima onda de inovações, já que induzem a pensar diferentemente sobre como fazer, consumir e reciclar.


(Carbono Brasil)

sábado, 12 de janeiro de 2008

III Conferência Estadual do Meio Ambiente www.IIIcema.blogspot.com
















CONHEÇA TODOS OS DETALHES E O QUE ACONTECE NAS CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS EM www.IIIcema.blogspot.com
O BLOG CRIADO PARA MANTER A TODOS ATULAIZADOS

Aquecimento global ganha força na corrida presidencial dos EUA











Aquecimento global ganha força na corrida presidencial dos EUA

Por Paula Scheidt, do CarbonoBrasil
Pesquisador propõe dividendo do carbono nos EUA

No último ano, os rumos políticos em relação às mudanças climáticas sofreram várias modificações. O limite das emissões de dióxido de carbono (CO2) e de outros gases causadores do efeito estufa, por exemplo, passou a ser visto como uma ação inevitável para os Estados Unidos.

Essa necessidade abre caminho para uma discussão ainda mais importante, sobre como essas reduções serão alcançadas. No meio desse debate, surgiu uma idéia nova: a de se criar um dividendo do carbono.

Imagine que a legislação imponha um corte nas emissões de 20% até 2020 e de 80% até 2060. Chegar a essa meta significa que limites deverão ser estabelecidos em cada setor da economia e em cada indústria. Ou, em outras palavras, cada setor e indústria do país terá o direito de emitir apenas uma determinada quantidade de gases-estufa.

Esses direitos obviamente são valiosos e a questão que surge é se eles poderão ser dados para indústrias ou se terão de ser leiloados pelo governo. O primeiro caso resultaria em uma grande vantagem para as companhias que recebessem as permissões (uma vez que o direito de emitir carbono teria um valor consideravelmente alto, estimado entre 10 e 100 dólares por tonelada, dependendo do limite geral).

A segunda opção, o leilão, elevaria o preço da energia e dos produtos, atingindo o bolso dos consumidores num nível de centenas de bilhões de dólares. Por outro lado, leiloar as permissões também resultaria em lucros de centenas de bilhões de dólares para o país.

De um ponto de vista econômico, o leilão é apresentado como a melhor solução. Também é a proposta com a qual os candidatos à presidência dos Estados Unidos, como Hillary Clinton, Barack Obama, e John Edwards simpatizam.

A pergunta que fica no ar é: o que seria feito com o dinheiro? A idéia que vem naturalmente à mente das pessoas é a de se usar uma grande parte desse montante para incentivar ou subsidiar novas tecnologias limpas ou mesmo ajudar empresas a construírem novos carros movidos a combustíveis mais eficientes.

No entanto, há uma proposta potencialmente melhor, apresentada por Peter Barnes, diretor e fundador de um pequeno instituto de pesquisa chamado “Tomales Bay Institute”.

Ele sugere dividir o dinheiro igualmente entre os americanos como um dividendo (uma renda atribuída a cada ação de uma sociedade anônima), assim como os cheques que os moradores do Alasca recebem pela venda do óleo do estado.

Barnes acredita que o dinheiro do leilão não precisa necessariamente ser investido em novas tecnologias. Afinal de contas, os altos preços da energia fóssil (ocasionados pelos custos das emissões de carbono) farão a energia eólica, a solar e outras fontes limpas competitivas sem a necessidade de subsídios adicionais. E retornar o dinheiro para os consumidores pode iniciar o que os economistas chamam de círculo virtuoso.

Na média, cada americano receberá de volta a mesma quantia que deve compensar no preço do carbono. No entanto, aqueles que mudarem o estilo de vida para consumir menos energia irão pagar menos, enquanto continuarão ganhando os mesmos dólares do governo.

É um incentivo poderoso para que os cidadãos se tornem ainda mais eficientes energeticamente. “Aqueles que conservarem, serão recompensados, à medida que os gastadores pagarão mais”, diz Barnes.

A idéia irá vingar? Há uma estrada longa pela frente. Mesmo que Washington estipule limites de emissão e leiloe as permissões, a tentação de ficar com o dinheiro e aplicá-lo em programas de sua preferência é enorme. Mas é uma idéia que deve ser levada em conta.
(CarbonoBrasil, com informações da BusinessWeek e do site GreenBiz)


Os resultados das primeiras prévias das eleições presidenciais norte-americanas dão um sinal de que a questão ambiental estará sim em foco no próximo governo e fortaleceram as expectativas de uma grande guinada política em 2009, com críticas implicações para o futuro da ação global contra as mudanças climáticas.

Enquanto a administração Bush se nega a assumir metas e impor preços sob o carbono através de comércio de emissões ou impostos, os candidatos ao cargo neste ano apóiam este caminho.

Democratas

Os democratas se unificaram em torno de metas de cortes drásticos nas emissões em meados do século. Barack Obama, Hilary Clinton e John Edwards, todos apóiam uma redução de 80% até 2050 e um esquema ‘cap and trade’.

Através de um sistema denominado “cap and trade” (algo como captura e comércio), as empresas e instituições que o integram recebem metas de redução das emissões de gases do efeito estufa e, para cumpri-las, podem adquirir créditos de carbono ou vender os créditos advindos de reduções além da cota.

Mas será possível alcançar consenso para atingir este ambicioso objetivo no Congresso? Obama garante que, com liderança presidencial, é possível. “Esta será a prioridade número um do meu governo”, afirma.

Obama ressalta que é preciso lidar com o fato de que muitas das usinas energéticas do país são de queima de carvão e considerar os investimentos que deverão ser feitos no seqüestro de carbono. “Se nós garantirmos que as duras tarefas e benefícios de uma política ambiental forte eventualmente se espalhem por toda a economia, então as pessoas irão querer nos ver agindo de maneira agressiva contra este problema”, diz.

Republicanos

Entre os republicanos, as posições variam um pouco ou não são expostas com clareza. Porém, o resultado da primeira rodada das primárias eleitorais nos estados de Iowa e New Hampshire colocou a frente da corrida os republicanos que apóiam ações climáticas.

O senador John McCain, vencedor republicado em New Hampshire, tem sido um forte defensor do esquema de comercio de emissões e um dos autores do projeto McCain-Leiberman no Senado, que propõe um corte de 65% das emissões em 2050. Mike Huckabbe, que triunfou em Iowa, também apóia a implementação de um comércio de emissões, mas não se compromete com nenhuma meta de redução integrada ao esquema de negociações.

Outros candidatos republicanos não são tão entusiasmados. Rudy Giuliani não declarou nenhuma política firme de mudanças climáticas enquanto que Mitt Romney apóia o regime de comércio de emissões se criado em conjunto com outros grandes emissores, como China e Índia. “Nós não chamamos de aquecimento americano, nós chamamos de aquecimento global”, disse durante um discurso na Carolina do Sul, no ano passado.

Metas de longo prazo são o primeiro passo para alcançar um mercado de carbono viável e colocar a economia num caminho de transição para o chamado “low carbon”. Os detalhes das propostas de esquema de “cap and trade” e de metas de redução de emissões, no entanto, serão o verdadeiro teste de qualquer política climática que surja com o novo presidente.

Obama e Hillary apóiam a proposta “Ato de redução de poluição e aquecimento global” do Senado, que pede a volta das emissões para os níveis de 1990 em 2020 com uma contínua redução a cada década para alcançar 80% abaixo em 2050. Edwards apóia por completo o uso de permissões de emissões em um esquema obrigatório de “cap and trade”.

Se McCain continuar fiel a proposta feita ao Senado, pedirá a captura de emissões para alcançar em 2012 os níveis de 2004 e, em seguida, chegar em 2020 com os níveis de 1990, o que é o equivalente a cortar 15% os níveis atuais. Mas é enfático ao ser contra impostos de carbono. “Não. Cap and trade, para mim, é muito mais capitalista e orientado pelo liberalismo econômico”, afirma.

Eficiência energética

Padrões de eficiência de combustíveis em motores de automóveis também se tornaram um campo de batalha político nos Estados Unidos e uma peça chave nas políticas climáticas. Os candidatos democratas querem que padrões rígidos sejam impostos aos fabricantes – Obama sugere 50 milhas por galão em 2025, Clinton 40 mpg em 2017 e Edwards 55 mpg em 2030.

Hillary propõe ainda criar o Fundo Estratégico de Energia para financiar a transição para energias limpas, com recursos vindos de impostos que seriam cobrados de companhias petroleiras. A legislação permitiria a isenção de impostos àquelas que investirem em fontes alternativas como eólica e etanol. “Nós também tiraríamos os subsídios e usaríamos o fundo para criar uma indústria de energia limpa e milhões de emprego no país”, disse a candidata.

Entre os republicanos, McCain apóia altos padrões de combustíveis sem comprometer-se com nenhum, Huckabee é a favor de 35 mpg em 2020, Romney é contra qualquer proposta de padrão e Giuliani ainda não se pronunciou.
(CarbonoBrasil, com informações do Grist.org)



Dia de mobilização e ação em todo o planeta Jan 11, '08


















Semana de mobilização culminará em um Dia de Mobilização e Ação Global em 26 de Janeiro para mostrar que um outro mundo é possível.

São Paulo, SP - No final de Janeiro, milhares de pessoas ao redor do planeta irão marchar, protestar, celebrar e promover discussões em vilas, zonas ruais e centros urbanos em centenas de ações descentralizadas e auto-organizadas. Uma semana de mobilização, culminando em um Dia de Mobilização e Ação Global em 26 de Janeiro para mostrar que um outro mundo é possível. Até o dia 5 de janeiro, 850 organizações de 64 países já haviam se cadastrado no site do Fórum.

Nestes mesmos dias, o “velho” mundo se encontrará em Davos para o Fórum Econômico Mundial, reunindo seus economistas e especialistas, suas ideologias e técnicas que produzem violência, exploração, exclusão, pobreza, fome e catástrofes ecológicas, privando a humanidade de seus direitos fundamentais e esgotando os recursos naturais da Terra.

O Fórum Social Mundial é um espaço aberto ao encontro de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil que pretendem levantar questões, debater idéias, formular propostas, compartilhar experiências e construir redes de articulação para ação concreta. Estes movimentos se opõem ao mundo dominado pelo capital e por todas as formas de imperialismo e dominação.

Desde o primeiro encontro em 2001, o Fórum Social Mundial se tornou um processo permanente de busca e construção de alternativas às políticas neoliberais.

Nos últimos sete anos, os Fóruns Sociais Mundiais aconteceram sempre no final de Janeiro em diferentes lugares do planeta e esse espírito de diversidade continuará a ser refletido nas atividades planejadas para o Dia de Mobilização e Ação Global de 2008.

O site http://www.wsf2008.net é a principal ferramenta para articulação dos participantes do Fórum descentralizado de 2008. Convide seus amigos e parceiros para se inscrever no site, contribua com os Espaços de Ação, apresente a sua atividade, publique vídeos e notícias e conecte a sua ação com outras.


AÇÕES PROGRAMADAS

Veja algumas ações programadas para a Semana de Ação e Mobilização Global do Fórum Social Mundial de 2008.

Na ALEMANHA:

- Haverá uma Feira Aberta em Stuttgart ligada ao Dia de Mobilização e Ação Global do FSM – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1152

- o FSM também acontecerá em Frankfurt: http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1448.

- Em Wuppertal, um seminário sobe mudanças climáticas - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2601

Na ARGENTINA:

- Em Buenos Aires haverá um debate sobre Sexualidade e Espaço Público: http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1583

Na ARGÉLIA:

- Encontro magrebino sobre o tema “Altermundismo: mitos e realidades”: http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1749

Na ÁUSTRIA:

- Um Carnaval de Solidariedade em Vienna.

Na BÉLGICA:

- O Fórum Social Belga está organizando um tour guiado por “uma Bruxelas diferente”, convidando pessoas a visitar a cidade e conhecer seus movimentos e associações simultaneamente. Está planejada toda uma semana de mobilização que também inclui atividades interativas como vídeo-conferências: http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1038

No BRASIL:

- Em Belém, um grande desfile de carnaval vai tomar as ruas. - No Rio de Janeiro, uma feira alternativa e um show gratuito levarão músicos famosos e artistas de favelas à beira da praia - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2344.

- Em São Paulo, há diferentes eventos, como o Sábado Feira - um evento cultural e político http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1235, e um grande ato público chamado pela Coordenação de Movimentos Sociais (CMS), que acontecerá no centro de São Paulo à tarde - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2910. Esse ato será antecedido por atividades de rua realizadas durante a manhã nas diversas regiões da cidade.

- Em Curitiba, acontece a marcha de mobilização para o Fórum Social do Mercosul - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1198 – e uma Bicicletada em prol de uma outra forma de mobilidade nas cidades - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1548.

- Em outras cidades como Natal, Goiânia, Belo Horizonte e Pelotas também acontecerão atividades.

Em CAMARÕES:

- Luta Contra Trapaceiros na Internet - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1605

No CANADA:

- Organizações do Quebec estão organizando uma semana simbolicamente ligada à imagem de neve e fogo, sob a idéia de “A neve está queimando”: http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1139

Na CATALUNHA:

- Organizações da sociedade civil promoverão o primeiro Fórum Social Catalão (FSCat) entre 25 e 27 de Janeiro. E a sala de reuniões da Universidade Barcelona dará lugar a uma grande projeção de vídeos ligados a movimentos de todo o mundo – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1115

No CHILE:

Em Santiago, uma manifestação de cidadãos – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2297

Na COLÔMBIA:

A comunidade local do FSM está focando as atividades na luta contra pobreza e exclusão e um grande show acontecerá em Bogotá - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1717

No CONGO:

O dia vai coincidir com vários fóruns sociais locais, um deles em Kinshasa. Outras três províncias também manifestaram a intenção de promover algumas atividades.

Na COSTA RICA:

- Em San Jose acontecerão atividades acadêmicas e culturais sobre conservação da água e a importância desta para o planeta Terra - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1570

Em CUBA:

- Uma manifestação pública e uma conferência de imprensa lançará o chamado para a IV Assembléia Geral dos Povos do Caribe (IV APC) em Havana – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1275

Em EL SALVADOR:

- Em San Salvador as atividades começarão em 19 de Janeiro com uma convocação às organizações das comunidades para se mobilizarem durante o Dia de Mobilização e Ação Global - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2182

Na FINLÂNDIA:

- As atividades do dia de mobilização do FSM estarão sob o tema “neoliberalismo e Ação Cidadã” - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2162

Na FRANÇA:

- Uma grande mobilização em Paris e outras iniciativas sobre migração e a Guerra no Iraque em diversas cidades, como Nantes - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2596.

- Em Lyon haverá debates e projeções de vídeos, além de performances artísticas - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2685

- Em Nice, mais alguns debates - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2066

Na GALÍCIA:

- Assembléia dos Movimentos Sociais na Universidade de História e Geografia, em Santiago de Compostela - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1812

No HAITI:

- Uma conferência de imprensa no dia 19 de Janeiro e intervenções no rádio e na televisão acontecerão durante a semana - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2290

Na ÍNDIA:

- Em Maharashtra haverá um protesto de agricultores reféns de dívidas e seus apoiadores. Em Mumbai uma passeata está sendo planejada.

Na INDONESIA:

- Grupos de agricultores responderão ao chamado da Via Campesina, unindo pequenos e médios produtores, sem-terra, mulheres e jovens do meio rural, comunidades indigenas e trabalhadores do campo.

No IRAQUE:

- O Centro Hiwar (significa “diálogo” em Curdo) está coordenando atividades que acontecerão em Erbil, Dohuk, Suleymania e outras cidades do Iraque Curdo. A idéia é promover uma discussão entre políticos e ativistas islâmicos, sindicatos, ONGs e a sociedade civil. O Centro Hiwar também se encarregará de produzir material em árabe para o FSM, que serão colocados nos sites da rede iraquiana envolvidos com direitos humanos e contra violência.

- O movimento antiviolência LAONF revelou interesse em organizar ações descentralizadas em algumas cidades do centro e do sul do país.

- Em Najaf, uma celebração dentro de uma escola deverá acontecer para dar apoio a campanhas contra violência e a violação dos direitos da criança desde o início da ocupação – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2492.

- Na cidade de Samawa, todas as crianças que tiverem armas de brinquedo serão convidadas a troca-las por uma bola - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2692

Em ISRAEL:

- O Centro de Informação Alternativa está organizando um evento contra a ocupação dos territórios Palestinos e sobre a comunicação de informações em toda Israel sobre o que estará acontecendo na Palestina no Dia de Mobilização e Ação Global.

Na ITÁLIA:

- Diversos eventos acontecerão em Roma, Florença e outras regiões sobre questões referentes à paz, desarmamento, racismo, xenofobia e economia solidária - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/921 – em Genova, no dia 25 de Janeiro o Consorzio Zenzero ARCI Genova apresentará a campanha "Un futuro senza atomiche" (Um Futuro Sem Energia Nuclear) - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2617

No JAPÃO:

- Para protestar contra a reunião do G8 que acontecerá em Hokaido, sindicatos, ONGs e um grande leque de movimentos sociais se unirão no Dia de Ação Global. Em foco também os diretos do trabalhador, migração, paz e direitos humanos – http://2008.jan26.jp/ e http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1260

No LÍBANO:

- O Fórum Social de Resistência Internacional de Beirute acontecerá entre 26 de Janeiro e 2 de Fevereiro de 2008.

Na MAURITÂNIA:

- O Fórum Social Magreb acontecerá na Mauritânia e o Conselho Africano está organizando apoio às iniciativas conectadas ao Dia de Mobilização e Ação Global – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1397

– Um debate acontecerá em Nouadhibou - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2282

No MÉXICO:

- O Fórum Social Mexicano apresentará conferências, fóruns, oficinas, manifestos e denúncias feitas pelos principais movimentos sociais, por grupos de agricultores, trabalhadores, estudantes, etc. - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1078

Na PALESTINA:

- A Campanha Outra Voz organizará ações pedindo solidariedade internacional para com os habitantes de Gaza e estão planejando um evento em Ramallah para denunciar todas as mortes de palestinos na região.

- A Campanha Contra o Muro de Separação, formado por membros da comunidade palestina e o comitê Nacional em prol da Comemoração do Nakba apóiam o Dia de Mobilização e Ação Global e convidam todas as pessoas a mostrar sua solidariedade com os palestinos, iraquianos, iranianos, libaneses, sírios e afegãos, que encaram diariamente o estado de sítio, ocupação territorial e ameaças militares – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1148.

- Um comboio internacional em direção a Gaza irá partir em direção à fronteira de Karni, tanto do lado israelense quanto do palestino - http://www.end-gaza-siege.ps/EnReports/Events/Alert%20for%20Action.htm.

Nas FILIPINAS:

- A União Pare a Guerra promoverá um protesto em frente à embaixada dos Estados Unidos em Manila. Eventos no People's Camp acontecerão nos dias 24 e 25 de Janeiro e uma grande mobilização no dia 26 - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2403

Em PORTUGAL:

- Em Setúbal haverá uma feira política e cultural - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2449

Na ROMÊNIA:

- A Fundação Ação Ecológica Romêna e a Associação para o Desenvolvimento do Fórum Social Romeno organizarão o Simpósio Europeu “Outro Mundo é Possível” na cidade Rimnicu-Vilcea - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2509

Na CORÉIA DO SUL:

- Haverá uma semana de ação envolvendo vários movimentos sociais, de 21 a 25 de Janeiro. Cada dia terá como foco um tema principal - http://action126.net/ e http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1737

Na ESPANHA:

- Em Madrid, performances e debates em prol da paz no Oriente Médio e na defesa dos direitos humanos, serviço público e meio ambiente – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1159.

- Na Andaluzia, uma reunião dos movimentos sociais está marcada – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2416.

No SRI LANKA:

- Uma convergência nacional de organizações populares acontecerá em Colombo - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2616

Na SUÉCIA:

- Feira de comércio justo, curtas-metragens sobre solidariedade e meio ambiente, música sem intervalos, grupos de estudos se preparando para o ESF em Malmoe – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2728.
- Um fórum social local acontecerá no centro de Stocolmo, terminando com a festa "Se eu não puder dançar, esta não é a minha revolução..." - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1124

Na SUÍÇA:

- Em Zurique, a conferência “O outro Davos” irá se opor ao Fórum Econômico Mundial de Davos - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2153

Na TURQUIA:

- Mobilizações em Istanbul, Ankara e Izmir - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2237

No REINO UNIDO:

Em Londres, haverá ação direta para bloquear a nova estação de energia baseada na queima de carvão - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2441

Nos ESTADOS UNIDOS:

- Em Atlanta, a Caravana de Pessoas Pobres e Assembléia de Movimentos reunirá milhares de vozes pedindo mudanças – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1882.

- Em São Francisco, uma exibição no Emergency Biennale da Chechênia é um dos projetos da Global Commons Foundation – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2668.

- Na fronteira com o México, ações contra o muro que está sendo construído pelo governo estadunidense.

- Em Nova Orleans, ações com o tema do "Direito ao Retorno", pela solidariedade com os habitantes da Costa do Golfo e dos sobreviventes do furacão Katrina.

- Em Vermont, uma grande reunião de trabalhadores, estudantes, educadores, médicos e enfermeiros construirão um movimento em prol dos direitos dos trabalhadores, de salários justos, da justiça econômica, de um sistema de saúde de qualidade para todos e da solidariedade global – http://www.wsf2008.net/pt-br/node/2081.

Em Indiana, cidadãos da região de South Bend começarão a discutir se/porque/como organizar um Fórum Social naquela região - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1128


OUTRAS INICIATIVA GLOBAIS:

- a CARITAS INTERNACIONAL apresentou um chamado a todos seus membros a participar - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1167

- a COALISÃO INTERNACIONAL DE MORADIA realiza a campanha "Moradia para Todos!" - http://www.wsf2008.net/pt-br/node/1930

- a ALIANÇA SOCIAL CONTINENTAL propõe a organização de atividades solidárias com foco especial na realidade boliviana - http://www.asc-hsa.org

- VIA CAMPESINA fez um chamado de mobilização em todos os 56 países onde está presente contra as multinacionais do agronegócio e pela diversidade no planeta - http://www.viacampesina.org/

- MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES: A MMM enviou um chamado mundial para solidariedade com as mulheres de todo o mundo, especialmente aquelas que se encontram em áreas de conflito, como Burma, Colômbia, Haiti, Irã, República Democrática do Congo, Sudão e não poderão sair às ruas no dia 26. A proposta é fortalecer a solidariedade entre as mulheres e mostrar que a violência patriarcal é uma realidade na maioria dos países - http://www.wmw-action26january.blogspot.com/


Mais informações estão no site http://www.wsf2008.net.

* Texto da redação da EcoAgência com informações da organização do FSM2008.

(Envolverde/Ecoagência)

Em SP, parque é construído com entulho reciclado.11/01/08


Um projeto totalmente pioneiro promete trazer para a cidade de São Paulo (SP) um novo modelo de construção.


Trata-se do Parque do Povo " localizado em uma das áreas mais nobres da capital paulista, no Itaim Bibi -, que está sendo criado com materiais de imóveis demolidos.

Com um terreno de 111 mil m², o local, que foi ocupado irregularmente por mais de 20 anos, receberá resíduos de 80 imóveis dos antigos moradores do espaço, de demolições da região da Nova Luz, no Centro da cidade, e de um empreendimento imobiliário desenvolvido pela construtora Wtorre, próximo à área.

"O entulho que seria jogado num aterro e que certamente geraria problemas ambientais passa a ganhar um novo destino. Também há uma redução de custos com a obra do parque de cerca de 20%, uma vez que não é preciso comprar materiais novos", explica o arquiteto da Secretaria da Subprefeitura e responsável pelo projeto André Graziano.

Para a reciclagem e o reaproveitamento do entulho a Prefeitura de São Paulo firmou uma parceria com a construtora, que será responsável pela execução dos projetos arquitetônico e paisagístico do parque e a manutenção do local pelos próximos três anos.

A companhia alugou uma máquina que transforma ferros e tijolos em areia e pedregulho. Da mistura dos dois materiais com o cimento, surgem os pisos e as nove mil placas que serão usadas como calçada ao redor do parque. O entulho reciclado também servirá de base para a construção da ciclovia e da pista de caminhada.

A massa que une as placas é feita com material reciclado e altamente permeável para absorver rapidamente a água das chuvas. "Por ser feita com o material reciclado toda a calçada é porosa, capaz de absorver a água da chuva. Isso evita que a água vá para as ruas, diminuindo o risco de enchentes. A água fica armazenada no próprio parque, fazendo com que as plantas sejam regadas naturalmente", afirma Graziano.

De acordo com Graziano, o método inovador da construção será incorporado à proposta do espaço, de ser um local completamente acessível e voltado à educação. "O mote do parque é que ele tem que ser educativo e por isso a questão ambiental foi levada muito a sério. Queremos mostrar que existem coisas que podem ser feitas sob o ponto de vista educativo e que também podem reduzir os gastos numa obra", afirma.

O projeto do parque prevê, além da pista de caminhada e da ciclovia, a construção de três quadras poliesportivas com marcação para atividades para-olímpicas, campo de futebol, jardim acessível a deficientes visuais e sete trilhas auto-explicativas, que serão compostas por coleções de plantas e famílias botânicas específicas. Entre elas estão uma trilha de Madeiras de Lei, Árvores Ornamentais, Plantas de Sombra, Árvores Frutíferas, Flores, Plantas Trepadeiras e Plantas Medicinais e Aromáticas. Todas as espécies serão identificadas por placas, com o nome científico e popular de cada planta, sua origem e algumas curiosidades, inclusive em Braille.

A proposta é que o rico material vegetal da área possa ser utilizado por escolas para aulas de biologia e meio ambiente, propiciando o contato direto dos alunos com a natureza. "Quando estiver pronto, o parque será um modelo de adoção e sustentabilidade, além de totalmente educacional e acessível", disse o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo.

Segundo Graziano, o Parque do Povo é um projeto-piloto, que deverá ter seu ganho ambiental e econômico bem avaliado. "Se os resultados forem bons, a idéia é ampliar para toda a cidade a reciclagem de entulho e fazer esse tipo de trabalho em grande escala e em caráter permanente".

(Ecopress com informações do site Aprendiz - 11/01/08, às 11h15

Todo mundo está contaminado?















07/01/2008
Todo mundo está contaminado?
Um estudo da Universidade de Granada, na Espanha, concluiu que todos os 387 voluntários da pesquisa estavam contaminados por substâncias tóxicas nocivas ao organismo. Os participantes tinham acumulado no corpo pelo menos 1% dessas substâncias, chamadas de poluentes orgânicos persistentes (POPs). Elas são produzidas na fabricação de certos tipos de plástico, de determinados herbicidas, inseticidas e fungicidas e na incineração do lixo. Sua presença cumulativa no organismo pode causar câncer e problemas neurológicos.

Os pesquisadores também coletaram dados sobre o modo de vida e os hábitos alimentares dos voluntários e perceberam que a ingestão de alimentos, principalmente de origem animal e ricos em gordura, estava associada a um maior nível de poluentes no organismo. Os participantes mais velhos também apresentaram maior concentração de poluentes no corpo, o que mostra a persistência dessas substâncias na natureza e seu potencial cumulativo.

(Marcela Buscato)

03/01/2008
Os metais que a gente respira

Todo mundo sabe que a queima de combustíveis fósseis aquece o planeta. E que o excesso de alguns gases na atmosfera prejudica a saúde da população. Na última semana um estudo realizado na Faculdade de Saúde Pública de São Paulo mostrou algo que se imaginava, mas que ninguém ainda havia medido: a quantidade de partículas sólidas despejadas na atmosfera pelos veículos.

O nível de emissão está muito acima (cerca de 40%) do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. E não há nenhuma lei que estabeleça um limite, nem órgãos preparados para fazer a fiscalização dos automóveis, ônibus e caminhões mais antigos.

Ao inspirar partículas sólidas, o corpo retém parte delas. Muitas se alojam no sistema respiratório, causando mais que irritação. O mal de Alzheimer, por exemplo, está relacionado de alguma forma à presença de alumínio no organismo. O estudo revela que o alumínio foi um dos metais com maior ocorrência durante os testes.

Foram usadas gasolinas premium, adulterada e aditivada. A premium foi a que mais despejou resíduos sólidos na atmosfera, provavelmente pela característica de impedir a acumulação desses resíduos no motor. Na simulação com veículos movidos a etanol não houve variação significativa entre os tipos de álcool testados.

Estudos científicos já mostraram como a presença desses metais na atmosfera também prejudica as plantas. Nos grandes centros urbanos, mais de 500 espécies apresentaram alterações em suas formas durante o período de floração.

(Luciana Vicária)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"Poluição Branca" Notícia do Dia: China proíbe distribuição de sacolas plásticas

















Pequim - O governo da China anunciou que vai proibir a distribuição de sacolas plásticas gratuitas no comércio e pediu aos consumidores que usem sacolas de tecido e cestos para reduzir a poluição ambiental.
A regulamentação acontece 15 anos depois de os lojistas passarem a oferecer sacolas baratas, muito finas, para os consumidores. A "poluição branca", uma referência à maioria da cor das sacolas, que abarrotam aterros sanitários e se tornaram uma incômoda visão espalhadas pelas ruas. "Nosso país consome uma enorme quantidade de sacolas plásticas por ano (3 BILHÕES POR DIA). São uma facilidade para os consumidores, mas causam uma enorme perda de energia e recursos e poluição ambiental devido ao uso excessivo, reciclagem inadequada e outras razões", informou o gabinete do Conselho de Estado chinês.

A regulamentação acontece em meio a esforços de Pequim para combater a poluição que acompanha o crescimento econômico. Empresas e plantações produzem produtos de baixo custo para consumo mundial, mas também comprometem gravemente a água e o ar do país. A partir de 1º de junho todos os supermercados, lojas de departamento e comércio em geral serão proibidos de fornecer sacos plásticos gratuitos. Os comerciantes devem expor claramente o preços das sacolas e não podem adicionar esse custo aos produtos.

Reciclagem

A produção, venda e uso dos plásticos ultra finos - com menos de 0,025 milímetros de espessura - também foi banido, de acordo com comunicado do Conselho de Estado. A norma, de 31 de dezembro, publicada no site do governo na terça-feira, pede um "retorno das sacolas de tecido e cestos de compra para reduzir o uso de sacolas plásticas". Também pede aos coletores de lixo que ajudem nos esforços de reciclagem para reduzir a quantidade de sacolas queimadas ou enterradas. Autoridades financeiras devem estudar a aplicação de impostos para desencorajar a produção e venda de sacolas plásticas.

No mundo, a legislação para diminuir o uso de sacolas plásticas foi aprovada em partes da África do Sul, Irlanda e Taiwan, onde autoridades taxam os consumidores que as usam e as companhias que as distribuem. Bangladesh proibiu o uso, assim como ao menos 30 vilas remotas do Alasca. No ano passado, São Francisco foi a primeira cidade americana a banir dos mercados sacolas plásticas que têm petróleo em sua composição. (AE-AP)

Fonte: Agência Estado.

Consumo consciente - consumo sustentável CURSO DE FORMAÇÃO ECOLÓGICA















CONSUMO CONSCIENTE

Infiltração na parede, luzes acesas na casa inteira, torneira pingando, vaso sanitário vazando, frutas e legumes apodrecendo... Você vai ao supermercado para comprar 2 itens e volta com 30 a mais, e cada um numa embalagem diferente que depois vão todas parar no lixo...Escova o dente, lava a louça, toma banho com a torneira ou chuveiro o tempo todo abertos... Essas situações são familiares a você? Então multiplique isto por milhões de pessoas, 365 dias do ano, e você terá a dimensão do nível de desperdício de água, eletricidade, alimentos e outros recursos naturais que ocorre no mundo inteiro e provoca, direta ou indiretamente, um impacto negativo no meio ambiente.

Agora me diga uma coisa: quando você vê televisão, sente-se atraído por itens de anúncios que ficam martelando na sua cabeça e só desaparecem depois que você os adquiriu..... Sente-se vazio e infeliz porque não possui o último modelo de celular lançado pela mídia, ou o carro do ano mais cobiçado pelo seu grupo de amigos, ou aquela marca de tênis, mochila ou sandália bombardeada maciçamente pelos meios de comunicação? E às vezes você compra não apenas um, mas dois ou três itens seja lá do que for porque não conseguiu decidir-se pela cor, modelo, tamanho, etc... Se você se identifica com alguma dessas questões, então...Atenção.... Você pode estar contaminado pelo vírus do consumo, que gera uma doença terrível e muito comum no atual mundo globalizado: a compulsão.

Mas ainda tem mais: Você conhece as empresas que produzem os produtos que você consome? Sabe se elas respeitam as leis ambientais do país, se não perderam ações na justiça pelo uso de trabalho escravo ou infantil, se são corretas com seus funcionários e se desenvolvem projetos de ação e responsabilidade social?

Todas estas questões são importantes de se ter em mente hoje em dia, antes de pensarmos em consumir algo, pois o consumo atual é o maior e mais danoso problema ecológico da atualidade. E a questão da cidadania no século XXI passa pela discussão do consumismo. Somos uma família de 6 bilhões de habitantes, partilhando um futuro comum.

O relatório Planeta Vivo 2004, da organização americana WWF, diz que consumimos 20% a mais do que o planeta consegue renovar. E se nada for feito para mudar o padrão de consumo global, será necessário mais meio planeta Terra de recursos naturais para suprir este consumo, mas se todos os povos do planeta passarem a consumir como os americanos e europeus, serão necessários mais 4,5 planetas Terra. Ou seja, já não temos recursos naturais atualmente para alimentar este padrão de consumo. É preciso, então, mudarmos imediatamente a maneira como nos comportamos enquanto consumidores. E acredite, não nos comportamos muito bem, pois não apenas consumimos muito, como também desperdiçamos muito!

Os Números do Desperdício

O Brasil desperdiça 14 milhões de toneladas de alimentos por ano, enquanto 44 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. 44% de tudo o que é plantado se perde desde a colheita até a distribuição e a comercialização. A cada ano, o Brasil joga fora R$ 12 bilhões de reais com o desperdício de alimentos. Com isto, 8 milhões de famílias, ou 30 milhões de pessoas poderiam ser alimentadas com cestas básicas no valor de um salário mínimo. Uma casa brasileira desperdiça, em média, 20% dos alimentos que compra semanalmente. Isto representa uma perda de 1 bilhão de dólares por ano, ou o suficiente para alimentar 500 mil famílias. Se uma família desperdiça 350 grs de alimentos por dia, em um mês acaba jogando fora pouco mais de 10 kg de comida, quantidade suficiente para fornecer uma refeição para 30 pessoas...E tudo vai para no lixo.

Os 5 R´s do Cidadão Consciente para Combater o Desperdício

Reduzir o consumo e, conseqüentemente, o lixo produzido;
Reaproveitar embalagens e recipientes sempre que for possível;
Reciclar utensílios e materiais que ganham cara e uso novos;
Respeitar o ambiente em que vive, freqüenta e usa;
Responsabilizar-se pelo lixo produzido, recolhendo-o e descartando-o sempre de forma ambientalmente correta são 5 práticas ecológicas necessárias hoje em dia. Faz bem a todo mundo.

Um consumidor consciente sabe bem o que quer, tem autonomia de pensamentos, não se deixa levar pela cabeça dos outros e nem pelas seduções do mundo moderno, não desperdiça alimentos, não compra mais do que de fato precisa, usa racionalmente a água e a luz e não apenas consome, mas também busca soluções criativas para dar conta do lixo que produz, responsabilizando-se pelo meio ambiente em que vive. Sabe que sua felicidade não está naquilo que tem, nem que seu vazio afetivo pode ser preenchido com a posse de bens materiais. Escolhe consumir preferencialmente produtos que não sejam agressivos ao meio ambiente e/ou a saúde humana, preferindo empresas de credibilidade comprovada, socialmente justas e ambientalmente corretas.
Agora é Com Você

Programe as compras semanais, pois isso permitirá a aquisição apenas do essencial para a alimentação da família, evitando a perda de alimentos que se estragam ou ficam com a data de validade vencida;
Ponha no prato apenas aquilo que realmente você tem certeza de que vai comer;
Se sobrar algum alimento do almoço, recicle: bem temperadas as sobras podem se transformar em ótimos bolinhos, sopas, risotos e outros pratos novos e criativos;
Não jogue fora talos e folhas: são ingredientes preciosos para acrescentar às saladas, sopas e recheios de tortas;
Compre apenas aquilo que for necessário, evitando os supérfluos excessivos e de última hora;
Informe-se sobre as empresas que produzem os produtos que você mais consome. Procure saber que tipo de postura ela adota com relação ao meio ambiente e com seus trabalhadores, se respeita a legislação ambiental do seu país e se ela desenvolve algum projeto de ação e responsabilidade social; Há inúmeras empresas poluidoras que só se mantêm no mercado porque seus consumidores continuam à comprar seus produtos apesar das irregularidades e ilegalidades.
Ao ir às compras, evite a compulsão de levar vários itens de um mesmo produto;
Antes de adquirir um aparelho eletroeletrônico, procure saber quais marcas economizam mais energia;
Para reeducar o impulso e combater a compulsão adote o seguinte método: Quando vir algo numa loja, supermercado ou num site de compras, não o compre no mesmo dia. Vá embora e pense sobre o assunto. Questione seu desejo de consumo. Será que você realmente quer ou precisa daquilo? Pense nisso primeiro por 3 dias. Se após este tempo você ainda quiser comprar este produto, faça-o então, e seja feliz.


Tempo de Degradação dos Materiais













Resíduo Tempo
ÓLEO DE FRITURA RESIDUAL - INDETERMINADO
Jornais - de 2 a 6 semanas
Embalagens de papel - de 1 a 4 meses
Guardanapos de papel - 3 meses
Pontas de cigarro - 2 anos
Palito de fósforo - 2 anos
Chiclete - 5 anos
Cascas de frutas - 3 meses
Nylon - de 30 a 40 anos
Copinhos de plástico de - 200 a 450 anos
Latas de alumínio - de 100 a 500 anos
Tampinhas de garrafa - de 100 a 500 anos
Pilhas e baterias - de 100 a 500 anos
Garrafas de plástico - mais de 500 anos
Pano - de 6 a 12 meses
Vidro - indeterminado
Madeira pintada - 13 anos
Fralda descartável - 600 anos
Pneus - indeterminado

Fonte: Grippi 2001, Lixo 2003.


COLETA SELETIVA NAS ESCOLAS
















Projeto de Lei da deputada Vanessa Damo (PV) que torna as escolas estaduais postos de coleta seletiva de resíduos recicláveis foi aprovado pela Assembléia Legislativa de São Paulo. Agora, aguarda sanção do governador do Estado

O Estado de São Paulo pode ganhar, nos próximos meses, seu primeiro programa de coleta seletiva em escolas da rede estadual de ensino. O Projeto de Lei nº 759 " Programa de Reciclagem Ambiental Participativa (Perap) ", de autoria da deputada Vanessa Damo (PV), foi aprovado na última quarta-feira (21/11), pela Assembléia Legislativa do Estado.

Se for sancionado pelo governador José Serra, o PL garantirá que todas as escolas estaduais de ensino integral e as Escolas da Família se tornem postos de coleta seletiva de resíduos recicláveis. Os recursos provenientes da venda desses materiais serão revertidos em prol da própria instituição.

O objetivo principal do Perap é ser um projeto-piloto eficaz para resolver o problema do "apagão do lixo" de São Paulo. Diariamente, são produzidas, apenas na capital do Estado, cerca de 14 toneladas de resíduos sólidos por dia " o que provoca o esgotamento dos aterros sanitários existentes. "É urgente que o poder público paulista adote políticas públicas que busquem incentivar a reciclagem. Só assim poderemos gerenciar, com eficiência, o problema do lixo", defende a deputada Vanessa Damo.

Com a implantação do programa, todo o material com potencial para ser reciclado " como papel, papelão, derivados de celulose, garrafas plásticas, vidros, metais, lâmpadas fluorescentes e halógenas e borracha " poderá ser levado para uma escola estadual. E, dali, encaminhado para a reciclagem. Além disso, as instituições também poderão receber óleo de cozinha usado, que será destinado à produção de biodiesel.

"Não bastasse servir como fonte de energia renovável, a medida ainda evitará o despejo de toneladas de óleo nos esgotos domésticos, o que contamina seriamente rios e córregos", explica Vanessa. Materiais como pilhas, baterias, e artigos eletrônicos, que não são recicláveis, também poderão ser encaminhados às instituições para que não poluam o ambiente. Esses itens serão devolvidos aos respectivos fabricantes.

Outro ponto previsto no Perap é um incremento à educação ambiental nas escolas em que programa estiver em funcionamento. As instituições deverão oferecer aos alunos metodologia para que aprendam sobre sustentabilidade ambiental. A intenção é que se tornem multiplicadores desta consciência e envolvam toda a família no processo da reciclagem. (Ecopress com informações da assessoria - 03/12/07, às 8h05)

Informações para a imprensa

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Fernando Kadaoka " fernando@libris.com.br - ramal 219

Lúcia Mesquita " lucia@libris.com.br - ramal 205

Fernanda Mira " fernanda@libris.com.br - ramal 201


+ A GUERA CONTRA A GARAFA PLÁSTICA DE ÁGUA MINERAL =

A água mineral é hoje associada ao estilo de vida saudável e ao bem-estar. As garrafinhas de água mineral já se tornaram acessório dos esportistas, e, em casa, muita gente nem pensa em tomar o líquido que sai da torneira – compra água em garrafas ou galões. Nos últimos dez anos, em todo o planeta, o consumo de água mineral cresceu 145% – e passou a ocupar um lugar de destaque nas preocupações de muitos ambientalistas. O foco não está exatamente na água, mas na embalagem. A fabricação das garrafas plásticas usadas pela maioria das marcas é um processo industrial que provoca grande quantidade de gases que agravam o efeito estufa. Ao serem descartadas, elas produzem montanhas de lixo que nem sempre é reciclado. Muitas entidades ambientalistas têm promovido campanhas de conscientização para esclarecer que, nas cidades em que a água canalizada é bem tratada, o líquido que sai das torneiras em nada se diferencia da água em garrafas. Organizações européias e americanas até estimulam as pessoas a escrever a seus restaurantes favoritos pedindo que suspendam a venda de água mineral e, dessa forma, contribuam com a preservação do planeta.
As campanhas têm dado resultado nos lugares onde a preocupação ambiental já ganhou a adesão das multidões e os moradores confiam na água encanada. Os órgãos públicos de São Francisco, nos Estados Unidos, estão proibidos de comprar água mineral para seus funcionários. Outras grandes cidades americanas, como Los Angeles e Salt Lake City, já adotaram a mesma medida. Apenas nos Estados Unidos, os processos de fabricação e reciclagem das garrafas plásticas consumiram 17 milhões de barris de petróleo em 2006. Esses processos produziram estimados 2,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa, poluição equivalente à de 455.000 carros rodando normalmente durante um ano. O dano é multiplicado por três quando se consideram as emissões provocadas pelo transporte e refrigeração das garrafas.
O problema comprovado e imediato causado pelas embalagens de água é o espaço que elas ocupam ao ser descartadas. Só no Brasil, que recicla menos da metade das garrafas PET que produz, mais de 4 bilhões delas viram lixo todos os anos. Como demoram pelo menos 100 anos para se degradar, elas fazem com que o volume de lixo no planeta cresça exponencialmente. Quando não vão para aterros sanitários, os recipientes abandonados entopem bueiros nas cidades, sujam rios e acumulam água que pode ser foco de doenças, como a dengue. A maioria dos ambientalistas reconhece, evidentemente, que no Terceiro Mundo, com vastas regiões nas quais não é recomendável consumir água diretamente da torneira, quem tem poder aquisitivo para comprar água mineral precisa fazê-lo por uma questão de segurança. De acordo com um relatório da ONU divulgado recentemente, 170 crianças morrem por hora no planeta devido a doenças decorrentes do consumo de água imprópria.
Um estudo apresentado neste ano na Royal Geographical Society, na Inglaterra, chamou atenção para o fato de que a contaminação da água potável por arsênio em inúmeros países, principalmente na Ásia e na África, poderá aumentar consideravelmente os casos de câncer nos próximos anos. Mesmo assim, ao comprar água mineral nesses países, não se tem segurança de estar consumindo um produto saudável. Estima-se que quase metade da água vendida como mineral em Pequim seja de má qualidade. A questão é tão grave que o governo chinês elaborou um plano para reforçar o controle de procedência das garrafas de água por meio de etiquetas eletrônicas durante as Olimpíadas de Pequim, no ano que vem. Espera, dessa forma, impedir a circulação de produtos adulterados.
No Brasil, o termo água mineral acabou se tornando referência para designar diferentes tipos de água engarrafada. A rigor, a expressão identifica a água proveniente de nascentes ou aqüíferos subterrâneos e que contém minerais como cálcio, potássio e sulfato de sódio. Cada água, dependendo de sua composição mineral, pode ter um sabor característico. A água mineral também pode ser produzida artificialmente por meio da adição de sais ou gases à água tratada. Nesse caso, é chamada de água adicionada de sais. Ao contrário do que ocorre no Brasil, onde as minerais representam quase a totalidade do mercado, a maior parte do mundo consome outro tipo de água engarrafada: a purificada. Ela é a água da torneira submetida a processos de filtragem e tratamentos químicos que variam conforme cada fabricante. As marcas mais vendidas estão nas mãos de apenas quatro grandes empresas: Nestlé, Danone, Coca-Cola e PepsiCo, em ordem de porcentual de participação. O restante do mercado mundial é formado pelas águas purificadas e fortificadas por vitaminas, estimulantes naturais, como a cafeína, e extratos de ervas com propriedades terapêuticas. Segundo os médicos, a quantidade de minerais contida tanto nas águas de nascentes e aqüíferos quanto nas purificadas é muito pequena para torná-las mais saudáveis do que a água da torneira. Diz o fisiologista Paulo Zogaib, professor de medicina esportiva da Universidade Federal de São Paulo: "Não há pesquisas científicas que comprovem que essas águas são melhores para a saúde. O importante é manter o corpo hidratado com água de procedência segura".
A crença nos benefícios da água mineral remonta à Antiguidade, quando se disseminou o costume de beber água de fontes consideradas terapêuticas ou utilizá-la em banhos especiais. Dizia Píndaro, poeta grego que viveu no século V antes de Cristo: "O mais nobre dos elementos da natureza é a água". No século XIII, as águas de San Pellegrino, região próxima a Milão, na Itália, e de Fiuggi, ao sul de Roma, já eram consideradas milagrosas para tratar uma série de males. Michelangelo foi a Fiuggi para se tratar de pedras nos rins. No século XIX, as visitas periódicas a estâncias hidrominerais, inspiradas nas antigas termas romanas, tornaram-se um hábito bastante difundido. No verão, Vichy, na França, costumava receber Napoleão III e sua corte, além de outros 300.000 visitantes que acreditavam nos benefícios da água local. Nesse período, as águas de algumas dessas estâncias já eram engarrafadas e vendidas. O vidro das garrafas, no entanto, dificultava o transporte, além de encarecer o produto. A partir do século XIX, o advento das rodovias e da industrialização facilitou o comércio e permitiu que a venda de águas se tornasse um negócio lucrativo. Hoje, com o culto à saúde na ordem do dia, a mística em torno das águas minerais se mantém. Para desgosto dos ambientalistas.

Fonte: Rafael Corrêa e Vanessa Vieira (Veja) - Boletim Recicláveis.com.br